A gestão de Abilio Brunini (PL) à frente da Prefeitura de Cuiabá completou seus 100 primeiros dias nesta semana sob um clima de silêncio, paciência e expectativa. A avaliação é de que, apesar de poucas entregas concretas até aqui, o prefeito conta com o benefício da dúvida por parte das principais lideranças políticas da capital e do estado. O único a romper esse compasso foi o deputado estadual Lúdio Cabral (PT), seu adversário direto no segundo turno da eleição municipal, que fez críticas públicas à condução da nova administração.
A gestão iniciou 2025 com um decreto de calamidade financeira e, desde então, Abilio tem buscado implantar medidas de austeridade. Uma minirreforma administrativa foi aprovada, com redução de cargos comissionados, mas também aumento da Verba Indenizatória dos secretários municipais. Apesar da promessa de economizar R$ 100 milhões em 100 dias, as entregas ainda são tímidas — como a aprovação do fim da taxa do lixo, que só valerá a partir de julho.
Entre os aliados, o tom tem sido de cautela. O governador Mauro Mendes (União) preferiu não comentar a atuação do prefeito, embora o tenha apoiado no segundo turno. Já o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) acredita que o prefeito é bem intencionado e atribui a lentidão inicial ao estado precário em que a cidade se encontrava.
O presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), reforçou a necessidade de paciência e apoio à administração municipal. Na mesma linha, o deputado Eduardo Botelho (União) declarou que só fará uma avaliação mais crítica após seis meses de governo. Até mesmo nomes da oposição, como o vereador Juca do Guaraná (MDB), adotaram um tom brando, ainda que tenham cobrado mais foco na gestão e menos presença do prefeito na Câmara.
A postura moderada dos políticos — incluindo até figuras historicamente mais combativas — revela um ambiente de observação cuidadosa. Resta saber se Abilio conseguirá converter essa trégua política temporária em resultados concretos para a população de Cuiabá.