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Gatlin elogia Rio, mira 200m e seletiva e quer tietar Neymar e Le

Nas últimas duas temporadas, ninguém foi mais rápido do que Justin Gatlin. Até o momento em 2016, o americano tem a segunda melhor marca do mundo nos 100m e desponta como o principal candidato a quebrar a hegemonia de Usain Bolt em Jogos Olímpicos. Se na pista as passadas rápidas mesmo aos 34 anos falam por si, fora dela Gatlin exibe um misto de seriedade e leveza sobre o que ainda pode representar para a história do atletismo.

Confiante de que depende apenas do próprio desempenho para recuperar a coroa de campeão olímpico, o americano aprovou seu primeiro contato com o Rio de Janeiro.  Gatlin se disse encantado com a torcida e sem temores sobre o zíka vírus.

Se no próximo mês o foco será na preparação para os 200m, que ainda não disputou nesta temporada, e nas seletivas americanas, que vão de 1º a 10 de julho em Eugene, Gatlin já idealiza sua participação na Rio 2016. Tanto nos duelos contra Bolt nas provas de velocidade quanto na estadia na Vila Olímpica, onde espera tietar e ser tietado por nomes como Neymar e LeBron James.

Confira a entrevista na íntegra:

Quais os próximos passos na preparação olímpica?
Gatlin: Ir para casa, treinar, tudo tem sido muito emotivo, quase 3 corridas em uma semana. Vou tentar simular um pouco como as seletivas serão, especialmente os 200m. Agora preciso ir para casa, ver meu ritmo e minha velocidade. Neste momento não corri os 200m ainda, tenho que fazer 9s93 duas vezes, ver a parte da minha corrida, ver o equilíbrio.

Você faz muitos alongamentos? Como lida com a dor?
Meus músculos depois de correr, preciso estar forte. Preciso me certificar que vou correr tão relaxado e confortável quanto possível. Alongo, tomo essas precauções e uso meu tempo livre para me alongar. Depois de tantas corridas não é dor, é mais fatiga. Preciso assegurar que terei um bom descanso para que meu corpo esteja ótimo na pista.

Qual a diferença entre o Gatlin de hoje e o de 2004?
Definitivamente em um nível psicológico, mentalmente, estou mais sábio, pronto para a corrida, com a mente livre, sem tantas distrações. Com as Olimpíadas você pode se distrair com os cliques, o glamour, a excitação num lugar, especialmente num lugar como Brasil, que é conhecido por festas. O Justin mais velho é mais sábio e estará mais focado.

Está temeroso com o zíka vírus?
Não me preocupa em nada, estou aqui e não vi ninguém morto ou doente. Este é um sonho olímpico, só vem a cada quatro anos. Algumas vezes enquanto atleta você não tem uma segunda chance, então tem que garantir que viverá seu sonho olímpico o quanto for possível. Quero estar aqui. Nós, de outros países, estamos aqui representando que o Brasil é seguro, um grande lugar para vir e onde haverá grandes corridas aqui nos próximos dois meses.

O COI divulgou recentemente novos casos de doping. Como recebe esta notícia? 
A este ponto, os atletas que estão competindo estão focando apenas em fazer o sonho ser real. Entendo que muitos atletas em foco, algumas federações também, mas não podemos deixar que isso seja uma distração para alcançarmos nossas metas.

O que achou da torcida?
O engraçado foi que 30 minutos antes falei que teria ter uma bandeira, e um cara apareceu com aquela fantasia como se fosse uma armadura de planta, a tocha… Isso me mostra que esse país tem muito orgulho de ser quem é e está empolgado de ter a Olimpíada aqui. Ele foi muito generoso ao me dar a bandeira, vou trazer comigo na mala quando voltar para a Olimpíada. Vim com chuva, imaginei que muita gente não viesse. Mas todo mundo simplesmente abriu guarda-chuvas e ficou para ver. Fiquei muito surpreso. 

O que esperar de um novo duelo com Bolt? 
Não falei com Bolt recentemente. Esta será nossa última Olimpíada juntos. Temos muito respeito pelo outro quando se fala de competição. Queremos fazer a melhor corrida da história do atletismo e quero que os fãs fiquem vidrados por 9 segundos assistindo.

Como vencê-lo?
Uma lição que aprendi ano passado no Mundial de Pequim é focar na minha raia, em como executar minha prova. Deixar excitação para a torcida e a mídia. Preciso fazer parte do todo e não ser uma testemunha.

Vai se hospedar na Vila Olímpica durante os Jogos? 
Quando criança você não pensa em ganho financeiro, contratos, patrocínios. Você pensa estar junto com outros atletas. Estar na Vila Olímpico  ao lado dos jogadores de futebol, jogadores da NBA. É um sonho se tornando realidade. A criança dentro de nós quer isso: “Ei, cara, esse é Neymar! Esse é LeBron James!”. Eles vão reconhecer também quem você é. É uma oportunidade única andar pela vila e ver esses atletas.

Qual a expectativa para as seletivas americanas?
Tenho que entrar para o time em cada evento. Eu ainda não tenho passagem. Minha família tem passagem para o Rio, é uma pressão sobre mim para conseguir passar na classificatória.

Conhece o Estádio Olímpico? Está preocupado com atrasos nas obras?
Não tive chance de visitar o estádio, hoje (domingo) tenho o resto do dia para ter de turista, espero poder ir no estádio olímpico e ver como está. No passado, no que se refere às Olimpíadas e as venues, dizem sempre que está atrasado, que algo não será terminado, mas miraculosamente tudo fica pronto e são boas Olimpíadas. Acredito que está tradição será mantida e que quando houver a cerimônia de abertura tudo estará pronto.

Fonte: Globo Esporte

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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