Os serviços de tecnologia da informação em Mato Grosso ficaram até três vezes acima por falta de centralização de comando. Isso significa que pouco mais de R$ 1 bilhão gastos desde o governo Blairo Maggi (2002-2010), poderiam ter economizado aproximadamente R$ 300 milhões.
A avaliação é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas e Órgãos Públicos e Privados de Processamento de Dados e Serviços de Informática (SINDPD), João Figueiredo. Ela afirma que descentralização de demandas é o principal vilão da cifra astronômica.
“Desde o governo Blairo Maggi, as secretarias começaram a criar independência na contratação de serviços da MTI (Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação). Passaram a contratar os serviços mesmo com recomendação contrária por causa, apontando para prejuízos”, pontua o sindicalista.
Ele cita como exemplo o software comprado pela Sesp (Secretaria de Segurança Pública) para o monitoramento de Cuiabá durante a Copa do Mundo de 2014. Os equipamentos estão em baixo uso e custam despesas milionárias ao Estado.
“É uma complexidade gigante para a manutenção do software adquirido pela Sesp para monitoramento de segurança durante Copa do Mundo. Agora, os equipamentos quase não tem uso e se paga um preço para a manutenção”.
O sindicalista também cita o sistema operacional do Detran-MT, que nos últimos anos tem apresentado falhas na rodagem do programa e transtorno na prestação de serviços.
“Nós dissemos para o Dentran-MT que não era recomendável adquirir o sistema, que hoje eles tem para atendimento ao público, porque já tínhamos visto que iria dar problemas. Mesmo, foram direto ao governo, que autorizou a compra”.
A falta de comunicação reflete nos gastos que estão sendo levantados pelo governador Mauro Mendes. Conforme João Figueiredo, os quase R$ 1 bilhão gastos, 80% foram despachados diretamente por titulares de secretarias.
“Se houver comunicação e integração dos serviços, os gastos de tecnologia podem ser reduzidos em duas, três vezes. Para isso, o Estado tem que tomar a posição de gestão do serviço e não se manter como cliente, sem assumir o controle. A segunda opção sairá muito mais caro”.