Por quase dois anos desaparecida da cidade de Cuiabá, a garota Ida Verônica Feliz, agora com pouco mais de 10 anos de idade, é encontrada nesta segunda-feira (19), pela Polícia Federal (PF) na Itália. Ela estava residindo com seus pais biológicos e já havia recebido um novo nome. Este é o 13º caso de pessoa localizada pela PF em 2015.
Ida estava desaparecida desde o dia 26 de abril de 2013, quando morava com sua família adotiva na capital mato-grossense e foi encontrada na cidade de Cassola, na Região de Vicenza, Itália, residindo com seus pais biológicos, a dominicana Élida Isabel Feliz, e o italiano Pablo Milano Escarfulleri.
O sequestro ocorreu por dois homens, que fugiram em um veículo Celta branco, após irem até a casa da família, por volta de 12h30, com o pretexto de se informar sobre a venda de um terreno próximo da mesma residência. Logo após avistar a garota o sequestrador usou uma arma de fogo contra familiares para levar Ida à força, arrastando-a até o Celta, onde estava o comparsa.
Desde então, a menina era procurada pela Interpol, Polícia Federal e pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado, que investigavam o caso, mas já com a suspeita de estar com a mãe biológica na Europa, após uma mensagem via MSN de Élida Isabel, dizendo que a criança estava “muito bem”.
A mensagem destinada a mãe adotiva, Tarcilla Gonçalina de Siqueira, foi rastreada pela polícia e vinha de um computador utilizado na Europa.
O nome de Ida constava na Difusão Amarela da Interpol, registro internacional para pessoas desaparecidas usado em todo o mundo. A troca de informações entre as Polícias de ambos os países e de uma série de diligências foi que permitiu a criança ser encontrada.
O destino da garota deverá ser decidido pela Justiça da Itália. Ida morou com a mãe adotiva desde os três meses de idade.
A adoção
Conforme informações do delegado da PF, Flávio Stringuetta, a menina foi entregue pela mãe biológica aos pais adotivos quando ela tinha apenas três meses. Os pais biológicos foram presos logo depois por tráfico internacional de drogas.
A menina viveu no Brasil por mais de oito anos com a família adotiva, não tendo nunca recebido visitas dos pais biológicos, mesmo a mãe, Élida Isabel, ter ganhado na Justiça o direito de fazer visitas assistidas.
Irmão desaparecido
Ida também tem um irmão caçula desaparecido, o garoto Pietro Feliz, que morou em Tubarão por três anos e sete meses com a mãe adotiva, Eliane Castro. A família de Santa Catarina, que adotou o irmão de Ida Verônika Feliz, desaparecido há mais de quatro anos, acredita que o menino esteja na Itália.
A dominicana teria perdido a guarda do garoto pois, na época, foi condenada a cumprir prisão por tráfico de drogas em Florianópolis. Ela foi presa transportando 3,6 mil comprimidos de ecstasy.
A mãe foi detida no sétimo mês da gravidez, cumpriu parcialmente a pena, recebeu um benefício, mas fugiu. Ela teria levado o menino, quando Pietro deixava a escola. Ele tinha cinco anos.
Élida Isabel tinha o direito de pegá-lo toda quinta-feira no final da escolinha e tinha que entregar o menino na segunda-feira seguinte. Numa segunda-feira ele já havia desaparecido.