Cidades

Garis em greve fazem passeata no Rio

Garis em greve se concentravam na Candelária, Centro do Rio, por voltadas 11h desta terça, enquanto decidiam uma caminhada até a prefeitura do Rio. Os funcionários estão em greve há cinco dias no Rio. Às 12h10, eles interditaram a pista Central da Avenida Presidente Vargas sentido Zona Norte — com excessão da pista do BRT. Às 13h20, o grupo chegou na Prefeitura e a via já estava desobstruída.

Segundo a PM, o ato reuniu 200 pessoas e, segundo os organizadores, 300. A categoria quer um aumento de 40% no salário e que o vale-refeição seja de R$ 27. O vale-refeição continuaria com o valor atual, que é de R$ 20. A prefeitura ofereceu incialmente um reajuste salarial de 3%, mas os grevistas rejeitaram a proposta.

"Um reajuste de 3% é inconstitucional, está abaixo da inflação. Com reajuste de 0% no tíquete a gente não consegue comer mais. Estamos percorrendo as regionais fazendo um trabalho de convencimento junto aos trabalhadores. Em momento nenhum usamos de violência. Somos trabalhadores e não pegamos em armas. Lutamos aqui pelo nosso direito, nada mais", afirmou o gari Bruno Coelho de Lima, representante do movimento dos garis.

Nesta segunda, uma reunião estava marcada no Ministério Público do Trabalho, no Centro do Rio, para tentar um acordo entre a categoria e os patrões. A Comlurb, no entanto, não compareceu. Segundo a companhia de limpeza, os garis desrespeitaram o acordo firmado na sexta-feira (13) de colocar 75% do efetivo nas ruas ou terminar a greve. O sindicato, no entanto, negou a informação. No final da reunião com o MPT os grevistas realizaram uma assembleia e decidiram manter a greve.

De acordo com informações divulgadas pela empresa, 50% do efetivo operacional para limpeza e coleta têm saído às ruas para realizar os serviços, percentual inferior aos 75% determinado pela Justiça do Trabalho. Na madrugada de sexta (13), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) julgou que ela é ilegal e determinou a suspensão do movimento, sob pena de multa diária ao sindicato de R$ 100 mil.

Durante o encontro no MP, a procuradora Deborah Felix alertou o grupo que a greve seria considerada ilegal, já que não teria respeitado o comunicado de avisar sobre a paralisação 72 horas antes de seu início. Ela explicou que na reunião de sexta-feira, a Comlurb informou que só compareceria se os garis fizessem uma trégua. No entanto, eles decidiram pela continuidade do movimento.

“Eu esclareci que a greve é um direito deles legítimo, mas que é preciso obedecer os contornos da lei. [Em] Uma atividade essencial como essa, a população não pode ser surpreendida de um dia para o outro. Teria que ter um aviso mínimo de 72 horas e precedido de negociação prévia. Eles simplesmente decidiram parar e pronto. Surpreenderam todo mundo. Eles têm direito de reivindicar, mas serão prejudicados se a greve for julgada abusiva. Vai ser ruim para todos os trabalhadores. Fiz essas ponderações. A trégua não é uma derrota. É a retomada do diálogo”, explicou a procuradora.

Na madrugada desta terça, a equipe de reportagem do Bom Dia Rio flagrou homens recolhendo lixo das ruas sem uniforme da companhia de limpeza da prefeitura. O caminhão que fazia a coleta, no entanto, era da Comlurb. Como estavam sem uniforme, não era possível saber se eram garis que furaram a greve ou pessoas contratadas pela companhia para “quebrar um galho”.

Ainda sobre os substitutos que estariam sendo contratados pela Prefeitura para realizar o trabalho de coleta de lixo, inclusive dentro de comunidades, os grevistas afirmaram que essas pessoas podem estar provocando atos de violência que tem sido atribuídos ao grupo a pessoas contratadas. "Eles colocaram terceiros que estão fazendo sinal de facção dentro das comunidades, afirmou Bruno. Os representantes do movimento grevista também afirma que menores estão entre os contratados.

A Comlurb afirma que seu plano de contingência conta com o apoio de agentes da Guarda Municipal, Polícia Militar, Secretaria de Conservação, Secretaria de Ordem Pública, Secretaria de Obras, além de empresas terceirizadas de limpeza. Essas empresas, segundo a companhia, são responsáveis pelo fornecimento de caminhões e mão de obra temporária, seguindo o estabelecido na legislação, e distribuindo equipamento de proteção individual (EPIs), como luvas e borzeguim (botas especiais).

Ainda segundo a Comlurb, uma denúncia de que menores trabalhavam para uma empresa terceirizada foi registrada 25ª DP (Engenho Novo) e vai ser apurada pela polícia.

Fonte: G1

Redação

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