Cidades

Garimpeiros estão preparados para uma guerra, afirma delegado

Foto Gcom/ Renan Gomides/TV Centro Oeste

“O que me parece é que eles estão preparados para uma guerra”, afirmou o delegado Gilson Silveira, de Pontes e Lacerda (482km de Cuiábá/MT), ao Circuito Mato Grosso quando questionado sobre a nova invasão da Serra do Caldeirão, de onde garimpeiros já foram retirados à força em novembro de 2015 pela exploração ilegal de minério.

Representantes de forças policiais se reuniram na tarde desta terça-feira (03) na sede do Ministério Público de Pontes e Lacerda e discutiram estratégias para a nova desocupação. O titular da Secretaria de Segurança do Estado, secretário Rogers Jarbas, confirmou que solicitou mais uma vez apoio da Força Nacional para nova evacuação da área.

A nova mobilização se deu por conta de um enfrentamento ocorrido na última sexta-feira (30), quando um grupo de aproximadamente 20 pessoas expulsou seguranças da Mineradora Santa Elina, na Serra do Caldeirão. No resgate, houve confronto entre policias militares e ocupantes antes da chegada ao local. “Ao que me parece é que eles estão preparados para uma guerra”, afirmou o delegado Gilson Silveira ao Circuito Mato Grosso.

O delegado esclarece que não há informações precisas sobre a quantidade de pessoas que ocupam o garimpo e se há no local pessoas que ocuparam a região em 2015.

Silveira relatou que as informações pertinentes ao caso já foram repassadas para a Polícia Federal, e que no momento a inteligência policial faz um levantamento para investigação. Ele reforça que a condições no local continua delicada. “As pessoas que estão lá, estão com disposição de confronto”.

A "facção criminosa", como acredita a policia, ateou fogo em caminhonetes e corromperam toda a instalação de segurança (vídeo e comunicação) do local.

O secretário Rogers Jarbas divulgou nesta tarde que a Sesp tem condições de fazer a desocupação, mas que aguarda retorno do requerimento feito pela Comarca de Cáceres à Força Nacional. "A desocupação só ocorrerá se tiver a garantia de segurança no local após a ação".

Reunião de hoje

De acordo com a TV Centro Oeste, a reunião de hoje definiu que haverá intensificação nas operações integradas entre as forças de seguranças para 

fortalecer a segurança na região. Além disso, já foi solicitado ao Ministério da Justiça colaboração, já que casos de garimpagem é de responsabilidade da União. A reunião contou com a presença de representantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Judiciária Civil, Polícia Militar, Ciopaer, Corpo de Bombeiros e Ministério Público. 

Na oportunidade, o Coronel Marcos Cunha, secretário adjunto de integração policial da Secretaria Estadual de Segurança Pública, informou que as primeiras ações serão apenas preventivas. “Nós estaremos com todo nosso aparato policial para trazer a sensação de segurança à população”, afirmou .

Aumento da violência

O  Ministério Público Estadual está movendo uma Ação Civil Pública pelo agravamento da situação da Segurança Pública local após a descoberta da lavra em outubro de 2015. De acordo com o promotor de Justiça do município, Frederico Ribeiro, o Centro de Detenção Provisória de Pontes e Lacerda atendia, em média, 160 presos.

Posterior, ao garimpo o CDP já chegou a ter 270. “Não digo que todos são presos da atividade de extração mineral, mas alguns vieram para garimpar e acabaram praticando outros fatos como tráfico de entorpecentes e roubos na cidade.”

“O objetivo do Ministério Público é fazer com que a extração seja feita de acordo com a concessão prevista na legislação, inclusive preservando a paz e a segurança pública.” Finalizou o Promotor.

Revista

Ainda na última sexta-feira (30), a Policia Militar realizou revista em garimpeiros que se encontravam no posto de combustível localizado na estrada que dá acesso ao garimpo, no fim de Pontes e Lacerda. De acordo com os policiais, os garimpeiros que foram encontrados com instrumentos para extração de minério foram encaminhados para a Delegacia da Cidade.

Invasão de 2015

Em setembro de 2015, a descoberta de ouro em uma área localizada nas serras da Borda e Santa Bárbara levou por volta de cinco mil pessoas ao garimpo com a promessa de ser a nova Serra Pelada em Mato Grosso. Com o tumulto, o juiz federal Francisco Antônio de Moura Júnior, acatou um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e determinou o fechamento imediato do garimpo ilegal.

De lá para cá, casos de invasões, apreensões e detenções tem sido registrados. Em uma das passagens, policiais foram chamados para conter uma invasão e fizeram usar granadas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispensar um grupo de 150 pessoas. No mês de junho deste ano, outros 20 garimpeiros foram presos por desobedecer à determinação judicial e entrar na área onde a exploração é permitida apenas pela mineradora.
Antes da interdição, devido a extração irregular de ouro, um deslizamento de terra na região provocou cinco vítimas no garimpo ilegal.

Cintia Borges

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