Na denúncia – fruto de desdobramentos da Operação Aprendiz, deflagrada em novembro passado, os promotores de Justiça acusam o grupo de desviar da Câmara de Cuiabá mais de R$ 1,6 milhão.
O desvio, segundo o Gaeco, deu-se após fraudes na aquisição de materiais gráficos para o Legislativo, por meio de contrato firmado com a gráfica Propel que, também de acordo com o Gaeco, é de propriedade do ex-deputado Maksuês.
Também foram denunciados o ex-chefe jurídico da Câmara, Rodrigo Terra Cyrineu, o ex-secretário-geral da Casa, Aparecido Alves De Oliveira, Renan Moreno Lins Figueiredo e Gleisy Ferreira De Souza.
O valor de pouco mais de R$ 1,6 milhão, que foi desviado dos cofres do Legislativo, deveria ter sido utilizado na compara de cartilhas que, sequer foram produzidas. Segundo o MPE João Emanuel teria iniciado a contratação com a Propel sem se atentar, no entanto, que ela não possuía capacidade econômica compatível com os serviços contratados.
“Apenas para se ter noção do disparate dessa contratação, a cidade de Cuiabá contava com 569.830 habitantes. Sendo assim, caso houvesse realmente a distribuição dos mencionados livros para a população cuiabana, 1 em cada 4 habitantes (incluídos aí crianças e recém-nascidos) deveria ter ao menos um dos exemplares e cerca 2/3 dos domicílios da cidade seriam contemplados com ao menos um deles”, afirma o MPE.
As investigações do Gaeco apontam ainda, que após tomar o conhecimento da investigação, o vereador cassado João Emanuel teria solicitado a gráfica a produção de cartilhas em pequenas em pequenas quantidades, na tentativa de ‘camuflar’ a fraude. “Ao fim e ao cabo, houve desvio de aproximadamente 98% (noventa e oito por cento) do valor total pago para a confecção desses itens citados”, sustenta o Ministério Público.
Outro Lado
O ex-deputado Maksues Leite alegou ainda não ter conhecimento da defesa, mas assim que possível irá se defender. A reportagem tentou entrar em contato o João Emanuel e o advogado Rodrigo Cyrineu, mas as ligações não fora atendidas.