O gabinete do prefeito de Várzea Grande, Wallace Guimarães (PMDB) está sendo alvo de uma operação deflagrada pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) e do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
A informação foi confirmada, por meio de nota oficial encaminhada à imprensa pelo MPE. Segundo a nota, a ação recebeu o nome de ‘Operação Camaleão’.
Estão sendo cumpridos diversos mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal de Justiça.
Além do gabinete do prefeito Wallace, algumas secretarias do município, sedes de empresas privadas e residências também são alvos de busca e apreensão.
Segundo informações do MPE, os cumprimentos de mandados de busca e apreensão estão relacionados a contratos firmados entre a Prefeitura de Várzea Grande e a empresa Carneiro Carvalho.
Em setembro passado inclusive, o Tribunal de Contas do Estado já havia determinado a suspensão de um contrato de R$ 10,5 milhões firmado entre o município e a referida empresa. Isto, após denúncias darem conta de que a Carneiro Carvalho, seis meses antes de vencer tal procedimento licitatório, alterou sua razão social, passando de uma loja de sapatos para uma construtora.
Segundo o Gaeco, ao todo, foram expedidos 11 mandados de busca e apreensão e as apreensões visam a obtenção de provas para subsidiar as investigações.
Na manhã de hoje, no momento em que chegou ao Paço Couto Magalhães, o prefeito negou o envolvimento da Prefeitura em qualquer tipo de ilicitude e, segundo ele, a contratação da empresa, por meio de processo licitatório seguiu todos os trâmites legais.
“Quando o TCE nos notificou, de imediato, mandei parar todos os contratos relacionados à essa empresa. Que eu saiba ela é investigada, mediante uma denúncia do MPE. O que me parece, é que o que está sendo questionado é se o atestado de capacidade da empresa é legal ou não”, declarou Walace.
Ainda de acordo com o chefe do Executivo Municipal, a Carneiro Carvalho é responsável por uma série de obras no município, como por exemplo, readequações viárias em canteiros, avenidas, entre outras.
O peemedebista listou, por exemplo, que, por meio de contrato firmado com a empresa, já foram realizados no município “reformas em escolas, meio-fio de uma série de avenidas, reforma de pontes, obra na avenida 31 de Março, na Ulisses Pompeou de Campos e outras que não me recordo agora”.
Walace assegurou ainda, que dos quase R$ 10 milhões previstos no contrato, a empresa já teria recebido pouco mais de R$ 4 milhões. “Mas todas essas obras, planilhadas, passadas pelo Sistema Geo-Obras. A nossa secretaria de receita de finanças só paga com ateste de recebimento de obra”, explicou o gestor.
O prefeito disse ainda que “o Gaeco fazendo trabalho dele, tentando buscar algo lícito ou ilícito para comprovar a idoneidade ou não da empresa. Vim trabalhar no meu dia normal, acredito que isso faz parte do trabalho do Gaeco”.
Atualizada 11h24.