O delegado responsável pela Operação Ceres, Luiz Felipe Leoni, revelou que integrantes da associação criminosa que desviava cargas de cervejas da Ambev coagiam funcionários da empresa e ameaçavam de morte os que não queriam participar do esquema criminoso.
A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira (14), durante coletiva à imprensa na Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá.
Durante as investigações, a Derf constatou que o esquema já acontecia aproximadamente há 3 anos, e os envolvidos abordavam automaticamente novos funcionários que eram contratados, coagindo eles a participarem do esquema.
“Todos funcionários que eram contratados, automaticamente já eram abordados por estes integrantes desta organização criminosa. Aqueles que não aceitavam participar, eram ameaçados de morte. Muitos deles acabavam pedindo demissão do cargo”, explicou o delegado.
Ainda segundo o delegado, a primeira etapa da operação identificou aproximadamente 20 pessoas, entre elas empregados que atuavam nas funções de conferencistas, porteiros, motoristas, ajudantes de motorista, carregadores, entre outros. “Certamente essa é a ponta do iceberg e outras pessoas serão investigadas”, afirmou Luiz Felipe.
Desvios de mercadorias
O grupo envolvido desviava mercadorias que eram devolvidas por clientes da cervejaria. Para isso, era falsificada uma declaração por parte do conferencista e do porteiro confirmando que houve a entrada dos lotes de cervejas na fábrica. Em seguida, as cargas das bebidas eram desviadas aos receptadores.
Os lotes de cervejas seguiam então para os receptadores, sendo um deles a Distribuidora Itália localizada na Avenida Arquimedes Pereira Lima, no bairro Jardim Renascer.
Prejuízo financeiro
A investigação apontou um prejuízo estimado em quase R$ 12.800 milhões para a empresa. Os números foram apurados nas diferenças de itens de estoque levantadas pela cervejaria no inventário mensal nos anos de 2021 e 2022.
