Cidades

Funcionários do Comperj ocupam tribunal no Rio por 5 horas

Depois de aproximadamente cinco horas ocupando o prédio do Tribunal Regional do Trabalho, no Centro do Rio, os trabalhadores Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) comemoraram um acordo, por volta das 21h desta segunda-feira (9). Em reuniões, ficou prometido o pagamento das verbas rescisórias dos funcionários demitidos e a garantia da liberação de verba que será usada para quitar os salários e benefícios atrasados desde novembro.

Após anúncio do acordo, os manifestantes permitiram a saída dos servidores do TRT, que estavam confinados no edifício, sem poder ir embora (veja no vídeo acima). A desocupação total do prédio ocorreu antes da meia noite, conforme mostrou a Globo News.

De acordo com Ronaldo Moreno, representante do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro, há cerca de 3 mil trabalhadores com salários e benefícios atrasados desde novembro e outros cerca de 500 que foram demitidos mas não receberam acerto rescisório. Ele comemorou o acordo, destacando que traz alívio para a categoria, mas não há solução.

"Há parte do FGTS que, ilegalmente, não foi depositada. Esse valor ainda vai ter que ser depositado, mas com a liberação desde acordo eles já podem receber o que tem na conta", disse.

Segundo Moreno, a outra parte do acordo prevê a liberação de R$ 14 milhões que foram bloqueados pela Justiça. "Esse dinheiro vai ser usado para quietar parte dos atrasados. A outra parte do valor vai ser discutida numa outra audiência na semana que vem", disse.

Ocupação
A comissão de trabalhadores participou de uma reunião, à tarde com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, representantes da Petrobras e da empresa terceirizada Alumini, com a qual têm o vínculo empregatício e que está em recuperação judicial.

A reunião terminou sem acordo para o pagamento dos quatro meses de salários e direitos trabalhistas atrasados. Os trabalhadores, então, decidiram permanecer no prédio.

Agentes da Polícia Federal se reuniram na porta do TRT para negociar com os manifestantes a desocupação. Às 19h40, todas as mulheres foram liberadas (veja no vídeo). Grávidas e idosos haviam saído pouco antes.

Dezenas de servidores e magistrados ficaram sitiados dentro do prédio até a liberação. Os trabalhadores do Comperj bloquearam todas as entradas e não permitiam a saída de ninguém.

Os relatos dos servidores que conseguiram sair do edifício indicam que os manifestantes providenciaram a compra de água e quentinhas, garantindo que passarão a noite no local.

'A gente virou refém', diz grávida
Grávida de 7 meses, a advogada Aline Dantes deixou o prédio por volta das 19h20 chorando muito.

"Na hora que eu estava saindo começou uma briga entre eles, por isso eu fiquei assustada. A gente virou refém lá dentro. Esse país virou uma bagunça", disse.

Aline estava no 13º andar e disse que ninguém conseguia deixar o local. "Chegaram a ameaçar uma fiscal de que se ela desse um passo iria apanhar", contou.

Em nota publicada no site do Ministério do Trabalho e Emprego, o ministro Manoel Dias diz que ficou definido que existirá uma nova negociação entre as partes para definir a data de rescisão. "A Petrobras avaliará os valores devidos à Alumini para que seja feito um possível depósito judicial. Um passo importante foi dado, pois o diálogo é fundamental", explicou o ministro.

Um funcionário do Comperj, que acompanha a mobilização do lado de fora do prédio do TRT e que não quis se identificar, disse que os trabalhadores ficaram revoltados depois de a reunião com o ministro não promover resultado satisfatório para a categoria. Segundo ele, os trabalhadores fecharam as portas do prédio com medo de uma invasão da tropa de Choque da PM, que se posiciona nas imediações do edifício.

Dentro do prédio, a situação parecia pacífica por volta das 18h. Segundo os policiais militares, haveria cerca de 200 manifestantes ocupando o hall do prédio à espera de nova rodada de negociações com a presença do ministro.

Fonte: G1

Redação

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