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Fraude no TJMT: ex-secretário de Cuiabá e quatro servidores do Judiciário são alvos de operação que apura rombo de R$ 21 milhões

A nova fase da Operação Sepulcro revelou o envolvimento direto de quatro servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e de um ex-secretário municipal de Cuiabá no esquema de fraudes judiciais que teria desviado mais de R$ 21 milhões dos cofres públicos.

Deflagrada nesta quarta-feira (30) pela Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá, em parceria com o próprio TJMT, a operação mira uma organização criminosa que falsificava comprovantes de depósito judicial, manipulava os sistemas internos do Judiciário e desviava valores por meio da emissão irregular de alvarás.

Entre os investigados está João Gustavo Ricci Volpato, advogado e atual gerente regional da Agência Nacional de Mineração, que também ocupou os cargos de secretário de Habitação e secretário adjunto de Saúde na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).

A lista de presos inclui também Mauro Ferreira Filho, servidor do TJMT apontado como peça-chave no esquema, responsável por viabilizar a movimentação dos valores entre contas internas do tribunal.

Outros três servidores também são investigados, e as ações da Polícia Civil ocorreram simultaneamente em Cuiabá, Várzea Grande e Marília (SP).

Confira os nomes dos alvos com prisão decretada:

  • Wagner Vasconcelos de Moraes – Advogado
  • Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes – Advogada
  • João Gustavo Ricci Volpato – Advogado, ex-secretário de Cuiabá e gerente regional da ANM
  • Luiza Rios Ricci Volpato – Sócia de empresa beneficiada no esquema
  • Augusto Frederico Ricci Volpato – Sócio de empresa beneficiada no esquema
  • Rodrigo Moreira Marinho – Advogado
  • Themis Lessa da Silva – Advogado
  • João Miguel da Costa Neto – Advogado
  • Régis Poderoso de Souza – Advogado
  • Mauro Ferreira Filho – Servidor do TJMT
  • Denise Alonso – Advogada

Participação interna no esquema

De acordo com a apuração, os servidores públicos tinham papel estratégico: facilitavam a migração de valores entre contas judiciais e autorizavam levantamentos de alvarás com base em documentos forjados. A participação interna foi essencial para o êxito das fraudes, que ocorreram entre os anos de 2018 e 2022.

A investigação ainda está em curso e deve revelar novos nomes ligados ao esquema, além de apurar a eventual conivência ou omissão de superiores hierárquicos dentro da estrutura do Judiciário.

A operação conta com apoio técnico do próprio Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que colabora na análise de sistemas e documentos internos para identificação de todos os envolvidos.

Lucas Bellinello

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