A restrição foi aprovada pelo bloco de 27 países para restringir a entrega de armamento para ambos os lados do conflito, que completa dois anos na sexta (15). Os confrontos entre as tropas do regime de Bashar Assad e os insurgentes deixaram 70 mil mortos no período, segundo a ONU.
Em entrevista à rádio France Info, Fabius disse que Londres e Paris poderiam tomar a decisão mesmo violando uma lei europeia. "A posição que tomamos com os britânicos é que os europeus devem levantar o embargo para que os resistentes [sírios] possam defender-se".
Para o chanceler, o fornecimento de armas é uma forma de diminuir o desequilíbrio entre os rebeldes e as forças de Assad e acusou a Rússia e o Irã de fornecer armamentos ao regime. "Não se pode aceitar o desequilíbrio atual".
A proposta de quebra do embargo será feita pelos dois países aos sócios europeus até o fim de março, mas Fabius disse que pedirá antecipação. "Nós temos que andar muito rápido. Os europeus devem olhar para esta questão em semanas, mas vamos pedir, com os britânicos, para antecipar esta reunião".
Nas últimas semanas, França e Reino Unido defendem formas de armar os rebeldes, o principal pedido dos opositores sírios, que já tiveram sua posição política reconhecida pelos europeus e os Estados Unidos. No entanto, a proposta encontra resistência dos parceiros europeus.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, disse que o país é contra armar os rebeldes e disse que, se Londres e Paris o fazem, podem fazer com que se alastre o conflito na Síria por todo o Oriente Médio.
"Não nos devemos deixar levar somente pelos sentimentos. As armas podem cair nas mãos erradas e essa manobra política poderia gerar uma escalada de violência no país".
Na quarta (13), a Rússia, um dos principais aliados do regime sírio, disse que o fornecimento de armas aos rebeldes violaria o direito internacional. O país tem um contrato com a Síria para envio anual de armas e alega que não pode rompê-lo.
"A lei internacional não permite a venda de armas para atores não-governamentais", disse Lavrov em coletiva de imprensa em Londres, após encontro com o chanceler britânico, William Hague.
Fonte: FOLHA.COM | AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS