Fragmentos de um dinossauro encontrados no distrito de Avencas estão sendo preparados para fazer parte do acervo do museu de paleontologia de Marília (SP), que acaba de completar 10 anos de existência. Sete pedaços de titanossauro foram localizados depois que um trator passou por cima do terreno.O sitio arqueológico fica na serra do distrito de Avencas e, segundo especialistas, é mais uma grande descoberta para a ciência. No entanto, se com a ajuda da máquina os fósseis ficaram visíveis, por outro lado, o peso do trator danificou o esqueleto e agora não é possível identificar a quais partes do corpo do animal os fragmentos pertencem.
Esse é o sexto local, só em Marília, onde fósseis de dinossauros que viveram há 70 milhões de anos são encontrados. Só que, a partir de agora, eles não devem ser retirados mais das rochas.Um projeto vai transformar o campo onde os fósseis são encontrados em sala de aula e um trabalho educativo com crianças de escolas de toda a região será realizado. Elas vão aprender, na prática, como um dinossauro é descoberto e como identificá-los nas rochas. A iniciativa pretende despertar o interesse delas pela ciência.
E o que parece não ser uma tarefa muito difícil. Os fósseis de dinossauros já chamaram a atenção do pequeno Breno, de apenas 2 anos. A mãe de Breno, Daniela Galego, conta que no lugar de parques e desenhos animados, o menino se diverte mesmo no museu de paleontologia. "Ele é apaixonado por dinossauros, não sei dizer porque, mas sempre que eu venho para centro da cidade passo no museu com ele", conta.
10 anos de história
O museu completa dez anos e surgiu a partir da necessidade de ter um lugar para guardar os fósseis, que a princípio ficavam na casa do paleontólogo Willian Nava. Mas, Marília é uma região privilegiada e com o tempo ele já tinha mais de mil fósseis. “Nós temos na região um tipo de rocha datado da era cretácea, que são rochas com cerca de 65 até 70 milhões de anos. Por isso é possível encontrar vestígios de animais da época dos dinossauros”, explica o especialista e coordenador do museu.
Os fósseis ocupam atualmente três cômodos de um prédio no centro de Marília e recebe por mês uma média de 800 visitantes. São oito espécies expostas, algumas conhecidas, como o crocodilo que recebeu o nome da cidade: Marília Sucus só encontrado na cidade. Além disso, é possível ver o esqueleto do titanossauro mais completo do Brasil retirado de uma estrada rural entre Marília e Júlio Mesquita, descoberta inspirou inclusive a novela Morde e Assopra que foi ao ar em 2011 pela Rede Globo.Uma das atrações do museu é a oportunidade que o visitante tem de tocar num fóssil de dinossauro. A pata dianteira de um titanossauro pesa mais de 30 quilos e o fóssil está conservado com um pouco de rocha, mas mesmo assim ainda é possível ver até o tecido esponjoso do animal.
Serviço
O museu de paleontologia de Marília pode ser visitado de segunda a sexta-feira das 11h30 às 17h30 na Avenida Sampaio Vidal, 245, no centro da cidade. A entrada é de graça e outras informações podem ser conferidas também pelo telefone (14) 3413-6238.
G1