Apesar de os anomalocaridídeos não terem descendentes diretos vivos hoje em dia, as estruturas do cérebro dos Lyrarapax parecem aquelas dos chamados vermes-aveludados, que rastejam pelo chão em florestas tropicais e subtropicais do hemisfério sul.Os pesquisadores dizem que as similaridades sugerem que os vermes-aveludaddos podem ser primos muito distantes dos anomalocaridídeos.Os vermes-aveludados crescem alguns centímetros em comprimento, têm dois longos tentáculos que se estendem a partir da cabeça e têm numerosos pares de pernas atarracadas que terminam, cada uma, em um par de garras.
Camarão grande
O Lyrarapax, cujo nome científico significa predador com garras espinhosas em forma de harpa, viveu há 520 milhões de anos.As partes moles do corpo de qualquer animal normalmente se decompõe após a morte, o que significa que os fósseis geralmente preservam apenas as partes duras, como os ossos, os dentes e as carcaças. Mas, sob condições excepcionais, tecidos moles e órgãos podem ser preservados em fósseis.
O Lyrarapax era muito menor do que outros anomalocaridídeos, medindo cerca de 15 cm de comprimento, mais ou menos o tamanho de um camarão grande. Peiyun Cong, um paleontólogo da Universidade Yunnan, na China, disse que os três espécimes encontrados podem representar estágios imaturos do animal, então ele pode ser maior.
Os fósseis revelam que os anomalocaridídeos possuíam cérebros muito menos complexos do que aqueles dos animais que eles comiam.O neurocientista Nicholas Strausfeld, da Universidade do Arizona, também autor da pesquisa, afirma que a ameaça imposta por predadores como estes pode ter ajudado a incrementar a complexidade cerebral dos outros animais nos mares antigos.
G1