Forças iraquianas retomaram cerca de 70% do leste de Mosul das mãos de militantes do Estado Islâmico e esperam alcançar nos próximos dias as margens do rio que divide a cidade, disse à Reuters o comandante de operações militantes conjuntas do Iraque.
O tenente-general Talib Shaghati, que também é chefe do serviço anti-terrorismo de elite que lidera a campanha de retomada da cidade do norte do país, disse que a cooperação de moradores estava ajudando as forças a avançarem contra o Estado Islâmico.
Em sua 12ª semana, a ofensiva tem ganhado força desde que tropas iraquianas apoiadas por uma coalizão liderada pelos EUA renovaram os esforços para retomar a cidade há uma semana, dominando mais bairros do leste da cidade apesar de dura resistência.
“Entre 65% e 70% do leste da cidade foi liberado”, disse Shaghati em uma entrevista na quarta-feira na capital curda iraquiana, Erbil. “Acredito que, nos próximos dias, veremos a total liberação do lado oriental.”
A parte oeste da cidade permanece sob total controle do Estado Islâmico, o qual luta para manter seu maior bastião urbano valendo-se “de centenas” de atiradores de elite e carros-bomba, de acordo com Shaghati.
O avanço sobre Mosul, envolvendo uma força terrestre de 100 mil soldados composta de tropas iraquianas, membros de forças de segurança curdas e milicianos xiitas, representa a mais complexa batalha no Iraque desde a invasão do país liderada pelos EUA em 2003.
O comandante de uma coalizão liderada pelos EUA que apoia a ofensiva iraquiana disse à Reuters na quarta-feira que a crescente força do avanço deve-se, amplamente, à melhor coordenação entre o Exército e forças de segurança. Segundo ele, os iraquianos melhoraram suas capacidades de se defender contra carros-bomba do Estado Islâmico.
Embora em número muito menor, os militantes têm utilizado o terreno urbano a seu favor, escondendo carros-bomba em becos estreitos, alocando seus atiradores de precisão em prédios altos com civis nos andares inferiores e criando túneis e passagens terrestres entre os prédios. Eles também têm se misturado entre a população.
Uma vitória iraquiana em Mossul provavelmente significaria o fim do autodeclarado califado do Estado Islâmico, reivindicado pelo líder do grupo, Abu Bakr al-Baghdadi, há 2 anos e meio na maior mesquita de Mossul após os militantes terem tomado a cidade.
No entanto os militantes têm demonstrado recentemente as táticas que vão usar caso percam a cidade, matando dezenas de pessoas com bombas em Bagdá e atacando forças de segurança em outros lugares.
Fonte: G1