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Fonseca evita comparações com ídolos do tênis: ‘Quero só ser o João’

De tenista ainda pouco conhecido a novo fenômeno do tênis. Essa foi a distância que o jovem João Fonseca percorreu ao se sagrar campeão do Torneio Next Gen Finals no domingo, em Jeddah, na Arábia Saudita, ao vencer o americano Learner Tien na decisão.

Vencedor do torneio que reuniu os oito melhores tenistas do mundo até 20 anos, ele agora vem sendo comparado ao espanhol Carlos Alcaraz (número 3 do ranking) e também a Jannik Sinner, líder da lista da ATP. Ambos também faturaram o troféu em edições anteriores, com os mesmos 18 anos de Fonseca.

Ao ser questionado sobre o tema, o carioca não hesitou em comentar sobre seu novo status. Apesar de se sentir estimulado pela expectativa que criou na imprensa e nos torcedores, ele logo impôs um limite. “Quero só ser o João e fazer a minha carreira”, afirmou o tenista.

Impactado com a conquista, o atleta de 18 anos e quatro meses colocou a questão da comparação como fruto de uma cultura nacional. “Aqui (no Brasil), todo jovem que atinge coisas grandes, logo é colocado como promessa. Quero jogar o meu tênis, viver o esporte, continuar a minha rotina. Essas comparações são um pouco inúteis (com os atletas que venceram o Next Gen), de vencer um torneio com 18 anos e alguns meses, não passam pela minha cabeça. Cada atleta tem o seu tempo”, afirmou.

Fonseca, no entanto, vê também pontos positivos no fato de estimular nas pessoas essas expectativas de chegar entre os melhores. “Se eles fizeram uma trajetória como essa, porque eu não posso fazer também?”, questionou.

Com o foco centrado em se tornar um dos grandes tenistas do circuito mundial, o adolescente comentou o divisor de águas que o fez colocar o esporte como prioridade: a sua participação no Rio Open. Jogando em casa, diante de sua torcida, ele venceu duas partidas e foi às quartas de final do ATP 500.

Por conta da sua convicção e também das atuações que teve, ele abriu mão da oportunidade de fazer faculdade nos Estados Unidos (rejeitou um convite) para ser um atleta de alto nível no circuito de tênis. “Coisas acontecem. Conversei com meus pais e abdiquei de uma faculdade. Sei que ia aprender coisas muito boas lá, mas não me arrependo de optar pela carreira esportiva”, comentou o tenista.

Apesar da curta trajetória, Fonseca já tem marcas importantes. Nascido em 2006, no Rio de Janeiro, e atual 145º do mundo, ele foi campeão do US Open juvenil no ano passado. Além disso, termina o ano como o primeiro sul-americano a vencer um Next Gen Finals.

Estadão Conteudo

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