Cidades

Focos de calor aumentam 47,7% e período proibitivo é prorrogado

O período proibitivo para as queimadas em Mato Grosso iniciou no dia 15 de julho, e terminaria na quinta-feira (15), porém em razão das condições climáticas a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) foi prorrogado até 04 de outubro de 2016. Apesar da proibição, os focos de calor aumentaram em 47,4% em todo Estado este ano.

Mato Grosso está em primeiro lugar no ranking de queimadas entre os nove estados da Amazônia, seguido por Tocantins, Pará e Maranhão. Entre 1º de janeiro e 12 de setembro deste ano, foram registrados 22,8 mil focos de calor, contra 15,4 mil do mesmo período em 2015. Em relação à média dos últimos 10 anos, a variação é de 38% de acréscimo.

Dois 141 municípios de Mato Grosso, a cidade de Novo Santo Antônio (Região do Araguaia) acumula 63 dias sem chuva, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Devido à escassez de chuva e a baixa umidade do ar, os trabalhos de combate a queimadas podem ser prorrogados por mais tempo.

Nas próximas semanas será publicado um novo decreto com a possibilidade de o período proibitivo estender até o final de outubro. Ao Circuito Mato Grosso, o secretário executivo do Comitê do Fogo de MT, Major Ranie Pereira Souza, a estimativa é que as chuvas comecem na primeira quinzena de outubro.

“Um dia antes de encerrar o novo prazo faremos uma reunião para fazer uma previsão, com base nos dados do INPE, e caso seja reverificado a continuidade do tempo seco será mantido o período de proibição das queimadas”, explicou. Participam do Comitê do Fogo, a Sema, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Segurança Pública (Sesp), Gabinete de Comunicação, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Ocorrências

Durante o período proibitivo, houve um aumento de 53% nos registros de foco de calor no Estado, que somaram 20 mil nos últimos dois meses, contra 9,8 mil no mesmo período do ano passado.

A distribuição dos focos de calor em áreas temáticas identificou que 63% aconteceram em propriedades privadas, 22% em terras indígenas, 7,6% em assentamentos rurais e os demais 7,4% se dividem entre unidades de conservação estadual, federal e região metropolitana de Cuiabá.

O Batalhão de Emergências Ambientais – BEA atendeu, 478 ocorrências, do total de 812 registradas no Estado. Dessas 334 não foram atendidas, o que corresponde a 41,13% de demanda reprimida.

Para o Major Ranie é preciso ter educação ambiental dentro de casa e das escolas, para então existir a conscientização de que provocar queimadas é prejudicial para todo mundo. “Os pais devem ensinar as crianças a não atear fogo. A escola através de projetos, palestras educativas deve mostrar para os jovens que não se deve por fogo”.

Segundo ele é mais fácil trabalhar com crianças e jovens do que com adultos. “A criança ela aprende e repreende o adulto para que ele não cometa esse tipo de infração”, pontuou. Outra forma é ter a responsabilização e punição das pessoas que ateiam fogo.

“A gente percebe que a maioria dos focos são criminosos. Se tem fogo, 90% dos casos é porque alguém coloca, até pode ter os casos de incêndios naturais, mais é muito raro. Então essa conscientização, responsabilização e punição é o ciclo completo para que possamos diminuir os incêndios florestais no Estado de Mato Grosso”, finalizou o Major.

Denúncias

A população pode denunciar queimadas urbanas no 193 do Corpo de Bombeiros ou nas secretarias de meio ambiente dos municípios. Já os incêndios nas áreas rurais, podem ser denunciados na Sema pelo 0800 647 7363 ou também no Corpo de Bombeiros.

Utilizar fogo para limpeza e manejo nas áreas rurais é crime passível de seis meses a quatro anos de prisão, com autuações que podem variar entre R$ 1 mil (pastagem e agricultura) a R$ 75 mil por hectare (em área de preservação permanente – APP).

Catia Alves

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