Fotos: Andréa Lobo
Os alimentos não estão relacionados apenas a funções nutricionais, eles também estão ligados com os nossos sentimentos.
Um prato bem feito, com ingredientes de boa qualidade e servido em um local agradável conforta, traz lembranças afetivas e ainda reúne pessoas em torno da mesa, onde a comida é a desculpa perfeita para compartilhar novos bons momentos.
Pensando nesta resposta emocional à comida, muitos restaurantes se especializaram no seguimento conhecido internacionalmente como “Comfort Fod”. Na Capital, quem se destacou foi o restaurante Flor Negra, de propriedade do especialista em marketing político, Júlio Valmórbida.
“Confort Fodd, na nossa concepção, é uma ‘comidinha de vó’ mais bem apresentada. O ingrediente simples que usamos e que se transforma no prato em que as pessoas acham sofisticado. Teve um senhor que veio aqui logo no início e provou a terrine. Ele começou a chorar. Ele me chamou e disse que estava se sentindo na casa da mãe, quando tinha 13 anos. Esse é o tipo de experiência que nós gostamos”, declarou ao Circuito Mato Grosso.
O publicitário ainda destacou a preferência pelo bom atendimento. “Tudo o que fazemos é com muito cuidado e dedicação. Trabalhamos com produtos muito bons, pois a cozinha tem três segredos: ingrediente, ingrediente e ingrediente. Não tem jeito de fazer comida boa com ingrediente ruim”.
O espaço localizado na Avenida São Sebastião, no Bairro Quilombo, em Cuiabá, foi aberto em outubro de 2015 e chama a atenção pelo ambiente simples, charmoso e sem “ostentação”, fazendo com que os clientes se sintam, verdadeiramente, em casa.
Os pratos são pensados e elaborados para trazer velhas lembranças, como da casa da avó ou de alguma viagem marcante, quando conhecemos culturas e sabores diferentes.
Quem chega até a Flor Negra é recebido uma taça de cava – um tipo de um vinho espumante produzido segundo o método tradicional na Catalunha (Espanha). As boas vindas aos clientes é composta ainda por um couvert de pães de fermentação natural e produzidos pela chef do restaurante, Carol Manhozo – além disso, os pães são acompanhados de terrine de porco, manteiga de amburana e azeite de oliva extra virgem.
Após o couvert, a Flor Negra dá a opção de cinco entradas, como “Guacamole”, prato produzido com creme de avocado, camarão, crocante de banana da terra, picles de cebola e azeite de coentro. Entrada de encher os olhos.
Os pratos principais são formados por nove opções. Risotos, massas, verduras, hortaliças, carnes vermelhas, peixes e frutos do mar são apenas alguns dos ingredientes que se destacam nos pratos pensados individualmente e que oferecem experiências diferentes e únicas.
A noite termina doce. São quatro opções de sobremesas, algumas com toques cítricos e outras mais adocicadas. O destaque vai para o prato que leva o nome do restaurante. A Flor Negra é uma combinação de mousses, composta de frutas vermelhas, shortbread de castanha do Brasil e charuto de chocolate ao leite.
Falando em Flor Negra, de acordo com Júlio, o nome do restaurante é o mesmo que os povos Astecas davam a baunilha – especiaria usada como aromatizante.
“Montezuma (último governante asteca), somente ele ou um guerreiro que se destacasse em uma batalha tinham o direito de utilizar a baunilha para aromatizar o chocolate, bebida dos nobres astecas. A baunilha é uma orquídea. A partir do momento em que os espanhóis levaram a baunilha para a Europa, ela se tornou a especiaria mais cara do planeta”, declarou o dono do restaurante.
Júlio Valmórbida ainda relembra uma versão mais romântica do nome. “Um casal de namorados, em que a família proibia o amor. Eles foram decapitados e enterrados em uma cova comum. Nessa cova nasceu a orquídea que dá a fava de baunilha. Flor Negra é isso”, completou.
“Ato de generosidade”
Com uma carreira de destaque em marketing político, tendo atuado como secretário de Estado de Comunicação, Júlio Valmórbida sempre gostou de cozinhar em casa e até fora do País.
Certo dia resolveu colocar em prática o sonho alimentado por muitos anos e deixou a carreira de lado e abriu o restaurante.
“Trabalho com marketing político desde a época de 1980. A ideia de abrir um restaurante foi um desejo, primeiro de mudar de atividade, pois acho que já fiz o que deveria fazer na área do marketing político. É um trabalho que cansa, mas me dá muito prazer em receber as pessoas. Cozinha aquilo que aquilo que gosto de fazer e comer. Compartilhando experiências que tivemos pelo mundo inteiro e trazer para as pessoas um pouco da nossa história e vivência”, declarou.
“Cozinhar é um ato de generosidade. Mesmo que você cozinhe apenas para você, não é só sua alimentação que está em jogo. É um alimento para o espirito, alma. Algo que te faz bem. Sempre gostei muito de cozinhar”, completou.
Prêmio Veja Comer & Beber
Com menos de dois anos de existência, o Flor Negra foi escolhido como o segundo melhor restaurante de Cuiabá. A premiação com apoio do Banco Santander foi realizado pela primeira vez na Capital.
Além disso, a Flor Negra participa do festival gastronômico Menu VEJA COMER & BEBER. Até o dia 25 de junho, o restaurante participa com um cardápio especial a um preço que cabe no bolso: entrada, prato principal e sobremesa a R$ 59,90 no jantar.