O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que o ato convocado pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para a manhã deste domingo, 16, na Praia de Copacabana, busca derrotar o “alexandrismo”.
Em referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Flávio disse que o magistrado não respeita as normas jurídicas como o direito à ampla defesa e contraditório. Segundo Flávio, mencionando os presos do 8 de Janeiro, Moraes tem pressa para concretizar uma “certa vingança”.
“Rasgando a nossa Constituição sem processo legal, sem ampla defesa, sem contraditório. É uma pressa para que se concretize uma certa vingança. Isso não tem espaço na nossa democracia, esse alexandrismo tem que acabar”, afirmou Flávio.
O senador disse ainda que acredita que a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já tem votos suficientes para pautar o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro.
“Eu acredito que nós já temos votos suficientes, na Câmara e no Senado, para aprovar esse projeto de anistia. Só que hoje é muito importante a presença de todos aqui para manifestar a discordância do caminho que o País está tomando, em especial com a decisão que poucos estão tomando em Brasília”, afirmou Flávio.
A estratégia dos bolsonaristas para o ato de hoje é deixar os ataques a Moraes para os aliados do ex-presidente, como feito por Flávio. Bolsonaro, por sua vez, deve adotar um tom cauteloso e focar no pedido de aprovação da anistia aos golpistas.
Como mostrou o Estadão, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), deve apresentar o projeto de lei como prioridade de votação na reunião de líderes que vai ocorrer na próxima quinta-feira, 20. Desta forma, a proposta pode ser votada na última semana do mês.
O projeto de anistia contém brechas que podem beneficiar Bolsonaro. A lei torna imune de punição os financiadores da invasão aos prédios dos Três Poderes e os agitadores que insuflaram a multidão golpista por meio das redes sociais. Aliados de Bolsonaro e o próprio ex-presidente são investigados pelo STF por apoiarem as manifestações que terminaram em vandalismo e destruição do patrimônio público.