Política

Filas, aparelhos amontoados e falta de médicos complicam saúde

Com pacientes esperando mais de seis horas na fila para serem atendidos, aparelhos estragados e falta de médicos, a segunda edição da ‘Blitz da Saúde”, identificou mais problemas na saúde em Cuiabá, na manhã desta quarta-feira (25) . A vistoria foi realizada por vereadores da capital, que procuram meios para melhorar a qualidade de atendimento na saúde publica do município. A ação ocorreu em três policlínicas da região da Grande Coxipó: Coxipó, Paschoal Ramos e Pedra 90.

A Policlínica do bairro Coxipó apresentou uma fila de pacientes que buscavam atendimento e não conseguiam. “Fui no posto de saúde perto de casa e não tinha médico lá, me mandaram vir até aqui e estou na fila há 4 horas. Isso é um completo abandono com o povo”, indignou dona Fabiana de Oliveira. Ainda segundo a paciente, que teve um problema grave no ombro direito e sentia muitas dores, ela foi atendida e sua consulta com o médico ortopedista seria agendada para depois do dia 10 de abril.  “Até lá vou passando mal e sentindo fortíssimas dores, sem poder trabalhar e esperando a boa vontade de alguns médicos!”, reclamou. 

Os vereadores Toninho de Souza (PSD), Ricardo Saad (PSDB), Oséias Machado (PSC), Arílson da Silva e Clovito (PTB) identificaram várias demandas da unidade de saúde, conversando com médicos, enfermeiros e pacientes que estavam na fila. 

Aparelhos empilhados

Na parte ambulatorial, os vereadores encontraram um box cheio de aparelhos estragados e com defeito usados para fisioterapia. “Temos um aparelho para cada oito pacientes. Estes acessórios que provavelmente poderiam ser concertados facilmente, estão pegando poeira sem data para arrumar ou substituição”, disse um dos funcionários que pediu para não divulgar o nome. 

A sala com os equipamentos pôde ser visto pelo vereador Arílson da Silva (PTB) que disse ser uma falta de atenção e sugeriu que falta gestão. “Suponho realmente que alguns destes aparelhos possam ser facilmente ser concertados, sem muito custo. Mas eles vão sendo empilhados e os pacientes levam meses para poderem ser atendidos com os poucos que sobraram”, explicou.

Mais leitos

O clínico geral, Osdelínio Godoy, que trabalha na policlínica do Coxipó cobrou medidas urgentes para aumentar o número de leitos para internação de pacientes graves. “Nós ficamos ‘segurando’ pacientes em estado gravíssimo – com risco de perder a vida – por 5 a 6 horas. Pois o Pronto Socorro se recusa a receber esses casos. Está faltando entrosamento entre as unidades de saúde”, disse o médico. Godoy falou que a unidade precisa de ampliação imediata, pois a demanda aumentou. Atualmente a policlínica conta com três leitos para observação masculina, três femininos e quatro pediátricos. 

Segundo a enfermeira e coordenadora da Policlínica, Luzeni Alves de Souza, o maior problema da unidade é falta de pessoal. “Por causa do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) estamos esperando a contratação de novos médicos e enfermeiros que estão fazendo muita falta no nosso quadro de funcionários” disse. Conforme Luzia ainda é necessário a contratação de mais cinco médicos e quatro enfermeiros, para atender somente no PA (Pronto Atendimento). Ao todo são 187 profissionais entre médicos (50), enfermeiros (56) e demais cargos.

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Ulisses Lalio

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