Cidades

Fiemt aponta desabastecimento em indústrias e frigoríficos e espera ‘solução pacífica’ para protestos

A Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) disse, nesta terça-feira (1°), que indústrias e frigoríficos do estado estão enfrentando desabastecimento de insumos e matéria prima por causa dos bloqueios nas rodovias federais organizados por eleitores que não aceitam o resultado das urnas. A PRF identificou 17 pontos de manifestações. Já a concessionária que administra parte das estradas acompanha 12 locais.

O presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira, disse que a federação acompanha o bloqueio das rodovias.

"A situação é preocupante. Temos desabastecimento de matéria prima, insumos em muitas indústrias e também muitos frigoríficos e outras indústrias que deixaram de expedir seus produtos por conta da paralisação. Muitos fretes estão sendo negados e a situação de desabastecimento já é realidade em muitas cidades no nosso estado", disse.

A federação espera que os bloqueios nas rodovias acabem o quanto antes e de maneira ordeira.

"Nós esperamos que, nas próximas horas, uma solução pacífica para esse problema seja encontrada e que a normalidade volte às nossas rodovias para que nós possamos garantir a segurança no trânsito de mercadoria e das pessoas em todo o estado. Nós vamos continuar acompanhando com as autoridades o desfecho desse movimento e torcendo que, o mais rápido possível, possamos voltar à normalidade logística”, contou.

Bloqueios

Bloqueio na MT-010 em Rosário Oeste (MT) — Foto: Polícia Militar
Bloqueio na MT-010 em Rosário Oeste (MT) — Foto: Polícia Militar

 

Os bloqueios feitos por eleitores contrários ao resultado das eleições entraram no segundo dia.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), até o momento, há 17 pontos de interdição nas rodovias federais do estado – entre elas, BR-174, BR-163, BR-158, BR-364, BR-070. A Concessionária Rota Oeste acompanha 12 pontos interditados em Sinop, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Várzea Grande, Sorriso, Rondonópolis, Cuiabá, Jaciara e Nobres.

Em trechos, os manifestantes têm liberado veículos com cargas perecíveis, ambulâncias, ônibus e veículos de passeio com pessoas que têm compromissos médicos.

Há bloqueios também em estradas estaduais, como a MT-251, em Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá. Porém, a Polícia Militar não divulgou balanço com os trechos fechados.

Manifestantes

Na manhã desta terça-feira (1°), um dos manifestantes do km 524, da BR-070, no Trevo do Lagarto em Várzea Grande, informou que os protestos vão continuar por 72 horas, e que um grupo de manifestantes irá até os quartéis do exército e outro grupo ficará nas rodovias.

"Não queremos fazer baderna, queremos que o STF reveja as eleições, pois não estamos de acordo" afirmou.

Ainda conforme o protestante, não há um líder específico nessas manifestações. Segundo ele, o povo, os caminhoneiros, todos que estão envolvidos no ato são os lideres, esse é o consenso.

Em Mirassol D’Oeste, a 329 km de Cuiabá, os manifestantes fecharam a BR-050, no km 050. Segundo um deles, há em média 300 pessoas no local. Apenas ônibus e ambulâncias estão sendo autorizados para seguir viagem. Eles aguardam, segundo o manifestante, um posicionamento do presidente Jair Bolsonaro.

Em um vídeo compartilhado nas redes sociais (assista acima), manifestantes de Sinop, vestidos verde amarelo, com celulares, lanternas acesas e buzinas, dizem estar com o Bolsonaro e esperam o posicionamento do atual presidente.

"Estamos esperando a sua ordem, capitão. O povo está contigo, capitão. Tenha coragem de fazer o que for necessário", diz trecho do vídeo.

Os atos tiveram início na noite de domingo (30), após os resultados do segundo turno das eleições.

Desobstrução

Manifestantes fecham rodovia em Cáceres (MT) — Foto: Reprodução
Manifestantes fecham rodovia em Cáceres (MT) — Foto: Reprodução

 

O governo de Mato Grosso informou que finaliza as estratégias para começar a desobstrução das rodovias federais, conforme ordenado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, equipes da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Judiciária Civil e Corpo de Bombeiros devem participar das ações.

A decisão para liberar as rodovias foi definida em reunião realizada na manhã desta terça-feira no Palácio Paiaguás.

Em coletiva de imprensa, Bustamante informou que ainda não há prazo para que as equipes comecem a desobstrução das estradas e que será feito o uso da força, se necessário.

"A fase de desocupação passa por um planejamento, um diagnóstico, para saber como está. A gente vai negociando com todo mundo, porque tem muita gente que vai sair das estradas com negociação. Tem pontos que são mais frágeis, tem pontos que são mais fortes. É um movimento de pessoas que a gente vai negociar para desobstruir. Usando, se for necessário, o que não acredito que vai ser, a força para poder fazer a desobstrução", contou Bustamante.

O superintendente da PRF em Mato Grosso, Francisco Elcio Lima Lucena, disse que a corporação está alinhada com o estado.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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