Mais de cinco anos depois, Roger Federer e Rafael Nadal podem voltar a decidir um Grand Slam. O suíço já fez a parte dele. Está na decisão do Aberto da Austrália, depois de vencer o compatriota Stan Wawrinka em uma batalha de cinco sets, nesta quinta, com parciais de 7/5, 6/3, 1/6, 4/6 e 6/3.
Agora, será difícil encontrar um fã de tênis que não torça para que Rafael Nadal vença o búlgaro Grigor Dimitrov, na sexta-feira na outra semifinal. Afinal, mais um Federer x Nadal, como nos velhos tempos, é o jogo que o mundo todo quer assistir.
Os dois, que já se enfrentaram 34 vezes, estão longe dos melhores tempos. Federer está com 35 anos e despencou para o 17.º lugar do ranking mundial depois de ficar seis meses sem jogar. Passou 2016 sem avançar a nenhuma final de Grand Slam e não vence um torneio deste nível desde 2012. Após vencer Wawrinka, admitiu que nem em seus sonhos esperava chegar tão longe em Melbourne.
Já Nadal, aos 30, sofre com problemas físicos. Não ganha um Grand Slam desde 2014 e, nas últimas duas temporadas, nem à semifinal chegou. Por isso, a sensação geral dos fãs do tênis é que, se não for agora, em Melbourne, nunca mais o mundo verá uma decisão de Grand Slam entre os dois grandes rivais do tênis.
Se tudo der certo para Nadal, o fim de semana será de nostalgia em Melbourne, uma vez que a final feminina, no sábado, será entre as irmãs Williams, que não decidem um Grand Slam entre elas desde 2009.
Após vencer Wawrinka, Federer não escondeu que também ele está ansioso por uma final contra Nadal, duelo que, segundo o suíço, ambos acreditavam que só se repetiria em eventos de caridade.
Independente do rival, porém, a final já é um feito e tanto para Federer, que ampliou seu recorde – está na 28.ª decisão de Grand Slam. Seu último título foi em Wimbledon, em 2012, e desde então foram três derrotas em finais, sempre para Novak Djokovic.
Nesta quinta, ele quebrou um longo tabu no Aberto da Austrália. Nos últimos seis anos, foram cinco eliminações em semifinais. Seu último título em Melbourne veio exatamente em sua última final, em 2010.
Desta vez, até alcançar a final, Federer eliminou três Top 10: Tomas Berdych (10.º), Kei Nishikori (quinto) e Stan Wawrinka (quarto), deixando claro que seu lugar continua sendo dentro desse grupo. Um feito e tanto para quem não jogava desde julho do ano passado.
A VITÓRIA – Para alcançar a final, Federer fez um duelo de mais de três horas contra Wawrinka, o 22.º entre os dois. Wawrinka é freguês, perdeu pela 19.ª vez, mas vendeu caro o revés nesta quinta.
O primeiro set foi parelho, com cada um dos dois tenistas salvando três break points. No 12.º game, porém, Federer aproveitou a única chance que teve, fechando o set com um erro não forçado de Wawrinka, que mandou na rede.
Subindo bastante à rede, Federer pressionou Wawrinka no segundo set e conseguiu a quebra no sexto game, abrindo 4/2. Apesar dos 10 erros não forçados – contra três do rival -, Federer manteve o saque até fechar em 6/3.
Com 2 a 0 no placar, Wawrinka pediu atendimento médico no vestiário, de onde voltou com uma proteção no joelho. Parecia outro jogador, que atropelou Federer no terceiro set, com 6/1.
Wawrinka seguiu bem no começo do quarto set, com uma quebra sobre o rival. Federer logo a devolveu, empatando a partida, que seguiu igual até Wawrinka encerrar a sequência e fazer 5/4, fechando o set na sequência. Aí foi Federer quem seguiu para o vestiário, para atendimento médico.
No quinto set, acabou falando mais alto a frieza de Federer, que salvou dois break points. Wawrinka, nervoso, teve o saque quebrado no sexto game com uma dupla falta, abrindo espaço para a vitória de Federer por 6/3.
Fonte: SuperEsportes