Diante do hype, o ELA Gourmet convidou alguns chefs do Rio a incrementarem o doce que tem tudo para ser a concorrente brasileira da Nutella. Damien Montecer, do La Villa, em Botafogo, não pensou duas vezes quando abriu o pote:
— Coloquei o dedo mesmo, sem colher. É viciante — brinca ele, que criou um hambúrguer de frango satay para combinar com a paçoquita.
Outro que se encantou com a brincadeira foi Pedro de Artagão, do Irajá Gastrô. O chef ficou tão satisfeito com o resultado final de seu macaron de paçoca que vai incluí-lo no seu novo restaurante, o Formidable, que abre em dezembro.
— Quis usá-la em uma sobremesa supostamente mais sofisticada. Mas, na verdade, a paçoca é um doce elegante. Como ela tem um salgadinho, é preciso um paladar mais requintado para gostar — opina.
Fred de Maeyer foi outro que testou a sofisticação da paçoca. Normalmente só lembrada em época de festa junina, ela foi parar nas sugestões do dia do Eça, em formato de torta.
— Ela cai bem com chocolate. Usei o amargo, para não ficar tão doce. Com salgado, dá para fazer um camarão bem temperado, à tailandesa.
Bruno Faro, do Meza Bar, também defende o uso da paçoca em pratos salgados. Para o desafio, ele propôs usar a pasta em um risoto, acompanhado de peito de pato.
— Eu fui uma criança viciada em Paçoquita. Depois, quando era adolescente, pescava carpa e, para fazer a massa do peixe, usava paçoca e batata doce. Mas separava uma para mim e outra para a pesca — relembra.
Outra que se deixou render às memórias foi a chef Maria Victoria, do Bar d’Hôtel.
— A minha mãe morou nos Estados Unidos e uma das coisas que trouxe de lá e eu adorava era o sanduíche com manteiga de amendoim e geleia de morango, que ela sempre fazia para mim. Na hora em que provei (a paçoquita cremosa), lembrei desses meus tempos de colégio — recorda a chef, que trocou o pão por uma rabanada flambada e a geleia, por morangos frescos.
— Ficou com sabor de infância — resume.
ELA