Mix diário

Febraban revisa projeção de crescimento do crédito total em 2025 de 9% para 8,5%

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revisou a projeção de crescimento do crédito em 2025 para 8,5%, ante expectativa anterior de 9%, informou nesta segunda-feira, 17, a entidade. A previsão é de que a carteira de recursos livres tenha expansão de 8,1% e a carteira direcionada de 9,0%, revela a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da entidade, feita com 21 bancos entre os dias 5 e 10 de fevereiro.

Segundo a entidade, na carteira com recursos livres, a projeção reflete a maior cautela das instituições financeiras no mercado de crédito. Para a carteira de crédito direcionado, a reavaliação foi puxada pelo crédito direcionado destinado às famílias, que saiu de uma alta de 9,8% para 8,9%. Na carteira PJ (crédito direcionado), a revisão foi marginal, de 9,1% para 9,0%.

No geral, para as empresas, a projeção ficou em 7,1%, ante uma expectativa anterior que era de crescimento de 7,8%, enquanto, para as famílias, a expansão esperada passou de 9,1% para 8,6%.

Em nota, Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, destaca que essa revisão já era esperada e vinha se desenhando desde o último trimestre de 2024. “O resultado reflete a piora do cenário econômico, com expectativa de uma inflação maior, e consequentemente, juros mais altos também ao longo do ano. Os números evoluem de acordo com a dinâmica econômica e o desempenho efetivo do crédito dependerá do cenário fiscal e de outras variáveis relevantes, que poderão alterar a perspectiva atual”, afirma.

Já a projeção para a taxa de inadimplência da carteira livre passou de 4,7% para 4,6%, acima do observado no fim de 2024 (4,1%). Segundo a pesquisa, esse resultado pode ser explicado pela maior cautela na concessão de crédito, que poderá reduzir a expansão da inadimplência ao longo do ano.

2026

A pesquisa também coletou as primeiras projeções para a expansão do crédito em 2026. A média das previsões indica que o movimento de desaceleração do crédito deve continuar, com expansão esperada de 7,7% no ano que vem.

Tal desaceleração deve ser liderada pelo crédito com recursos livres, cuja projeção ficou em 7,1%. Já as linhas direcionadas devem registrar desaceleração mais suave, com alta de 8,6%. Por fim, a expectativa para a inadimplência com recursos livres é de estabilidade em 4,6%.

Selic

A pesquisa mostra que a grande maioria dos entrevistados (76,2%) esperam que a taxa Selic suba além de 14,25% neste ano e que não haja o início do ciclo de cortes em 2025. Como comparação, na pesquisa de dezembro passado, apenas 47,4% haviam escolhido esta opção, ilustrando visão menos positiva do cenário desde então.

Neste contexto, a expectativa para os juros voltou a se elevar ante a pesquisa anterior. Agora, a mediana para a Selic prevê alta até 15,25% ao ano em junho de 2025, permanecendo neste patamar ao menos até setembro.

Dólar

A expectativa para a taxa de câmbio é de ligeira depreciação ao longo do ano, atingindo R$ 5,95 por dólar até setembro. Na pesquisa anterior, os entrevistados enxergavam que o câmbio ficaria próximo do nível de R$ 6,00.

Inflação

Quanto à inflação, pouco menos da metade (47,6%) entende que a inflação deve ficar próxima a 5,5% (atual consenso do mercado). Entretanto, um terço dos analistas consultados já esperam uma inflação próxima (ou acima) de 6% neste ano.

PIB

Com relação à atividade, pouco mais da metade (52,4%) dos participantes seguem projetando alta do PIB em torno de 2,0% em 2025, próximo ao captado na pesquisa anterior (50,0%). No entanto, o viés é de baixa, com um aumento na parcela dos que preveem uma desaceleração maior, que passou de 27,8% na pesquisa anterior para 33,3% na atual.

Fed

Nos EUA, a grande maioria dos entrevistados (71,4%) esperam reduções modestas (1 ou 2 cortes de 0,25 pp) dos juros neste ano. O restante (28,6%) espera que os juros permaneçam no patamar atual, não descartando alta dos Fed Funds em 2025.

Estadão Conteudo

About Author

Você também pode se interessar

Mix diário

Brasil defende reforma da OMC e apoia sistema multilateral justo e eficaz, diz Alckmin

O Brasil voltou a defender a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) em um fórum internacional. Desta vez, o
Mix diário

Inflação global continua a cair, mas ainda precisa atingir meta, diz diretora-gerente do FMI

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva disse que a inflação global continua a cair, mas que deve