Jurídico

Fazenda de R$ 10 mi foi comprada com dinheiro desviado de patrulhas mecanizadas

Após passar dois anos na cadeia, o ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, que é réu em vários processos por crimes diversos que renderam um rombo incalculável aos cofres públicos, relatou, num acordo de delação premiada junto à Procuradoria Geral da República, como funcionava o maior esquema de corrupção no Estado que se tem conhecimento.

Um dos relatos foi em relação ao uso de propina de empreiteiras para aquisição de uma fazendo no valor de R$ 10 milhões e que pertencia ao atual presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT), Antônio Joaquim.

No ano de 2011, Silval Barbosa (PMDB) combinou com Wanderley Faccheti Torres, proprietário da empresa Trimec, o retorno de R$ 300.000,00 a R$ R$ 400.000,00 mensais a título de propina em razão da prestação de serviços que seria executada pelas empresas Trimec e Strada na contratação de mão de obra e outros para as patrulhas do Estado de Mato Grosso.

As patrulhas eram maquinários para recuperação de 30 mil quilômetros de rodovias estaduais, sendo cada patrulha composta por 02 moto-niveladoras, uma PC retroescavadeira, 05 caminhões basculantes, uma melosa (caminhão com combustível) e um reboque sem caminhão. Ao todo, eram 25 patrulhas.

Tal contrato começou a ser pago no ano de 2011 e quando o colaborador terminou seu mandato, no final de 2014, havia algumas parcelas em atraso desse contrato .

Quanto a Strada Construtora e Incorporado LTDA, sabe que pertencia ao Jairo Francisco Mioto Ferreira, que era conhecido do colaborador, sendo que foi Wanderlei Faccheti Torres quem combinou o pagamento das propinas.

Parte do dinheiro que teria sido usado ara pagar restos da campanha de 2010 e a grande maioria para pagar a fazenda de Silval Barbosa adquirida do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, Antônio Joaquim.

Segundo Silval, 70% do imóvel era de sua propriedade e 30% de Wanderlei Faccheti Torres, comprada pelo valor de R$ 10.000.000,00, sendo que toda documentação foi feita em nome de Wanderlei.

A fazenda foi paga em três parcelas, sendo uma entrada, e um pagamento em cada ano, com parcelas iguais, tendo sido quitada no ano de 2014. Segundo Silval Barbosa, o conselheiro Antônio Joaquim tinha ciência que tal fazenda também pertencia a ele, muito embora a documentação tenha sido feita em nome de Wanderlei.

Silval afirmou à PGR acreditar que no pagamento da fazenda tenha se utilizado de recebimento de propinas recebidas de outras empresas, das quais não recorda os nomes e que a área adquirida de Antônio Joaquim já foi trocada por outra.

Wandelei Torres chegou a ser preso em fevereiro deste ano na Operação Sodoma acusado de participar de uma organização criminosa para, por meio de sua empresa, desviarrecursos públicos e recebimento de vantagens indevidas, utilizando-se de duas importantes secretarias, a antiga Secretaria de Administração (Sad) e a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana  (Septu), antiga Secretaria de Infraestrutura (Sinfra).

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Redação

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