O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reúne com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, na tarde desta terça-feira (25) para solicitar a prioridade na aprovação das empresas interessadas em se instalar na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Cáceres (MT).
Em março deste ano foi assinado o Ato Declaratório de Alfandegamento que autoriza o funcionamento da ZPE. As quatro empresas interessadas em se instalar no local aguardam aprovação do Conselho Nacional das ZPEs. Antes disso, no dia 3 de julho, selas receberão a vistoria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Fávaro recebeu o secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente do Conselho de Administração da administradora da ZPE de Cáceres, César Miranda, que reforçou a necessidade de priorização da avaliação destas empresas junto ao Conselho Nacional. O assunto será tratado pelo ministro da Agricultura e Pecuária na reunião com Alckmin.
“Dentre essas empresas, além de madeira e as outras oportunidades, eu vi que há uma empresa que quer processar frango. Eu não acredito em coincidência. Já viu a oportunidade. Está no lugar certo, na hora certa”, destacou Fávaro, lembrando que o Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, chegando a 172 países.
A próxima reunião do Conselho Nacional das ZPEs será realizada no mês de agosto, quando as empresas poderão receber o aval para se instalar no município de Cáceres.
A ZPE de Cáceres é uma área territorial beneficiada de 247 hectares, conectada à hidrovia do Rio Paraguai, com 62 lotes industriais, onde as empresas ali instaladas contam com benefícios tributários, aduaneiros e administrativos.
Conforme ressaltou o ministro da Agricultura e Pecuária durante a plenária do projeto Rotas de Integração Sul-Americana na última sexta-feira (21), a proposta complementa a política pública de integração dos produtos brasileiros aos principais mercados do pacífico asiático.
Isso porque as Rotas da Integração dão consistência ao funcionamento da ZPE. “Não existe Zona de Processamento à Exportação sem rota para exportar. Se não tem a rota, como que a sai a essa exportação? Mas nós estamos conectados, trazendo essas conexões”, disse Fávaro.
Inserido no Quadrante Rondon, uma das cinco rotas de integração sul-americana, Mato Grosso conta com 10 obras previstas no Novo PAC, com investimento estimado em R$ 370 milhões. A rota ligará o estado aos países da América Latina e ao comércio pelo Pacífico.
Principais projetos de integração sul-americana em Mato Grosso
Construção da BR-174/MT
A ampliação da BR-174 em Mato Grosso, de acordo com o governo federal, representa um investimento necessário na infraestrutura viária. A rodovia integra uma importante área produtiva do noroeste de Mato Grosso com o sul de Rondônia, contribuindo para conectar as cidades de Colniza e Vilhena (RO).
Aeroporto de Cáceres/MT
Cáceres tem cerca de 95 mil habitantes e tem acesso à capital Cuiabá pela BR-070 e ao município boliviano de San Matías. A cidade também é cortada pela BR-174, que segue para Pontes e Lacerda e Vilhena (a 540 quilômetros). Cáceres ainda conta com uma opção hidroviária, pelo Rio Paraguai, até Corumbá (MS). O aeroporto, na avaliação do governo federal, é um importante canal de acesso ao Pantanal.
BR-070/174/364/MT
O trecho, segundo o governo federal, facilita o acesso a áreas de produção em Mato Grosso e Rondônia. A obra promove melhoria da infraestrutura em uma região considerada altamente produtiva e exportadora – somente as cidades de Campo Novo do Parecis, Sapezal e Vilhena exportaram US$ 3 bilhões em 2023, sobretudo de soja, milho, algodão e carnes.
Construção de Infovia estadual MT
A obra, em execução, conecta 5 mil quilômetros de cabos de fibra óptica pelos municípios mato-grossenses de Juína, Parecis, Brasnorte, Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Nobres, Pontes e Lacerda, Jauru, Barra de Bugres, Cuiabá, Campo Verde, Jaciara, Rondonópolis, Alto Garças, Barra do Garças e Cáceres. A rede chega até a fronteira com a Bolívia.
Adequação da BR-070/MT
A BR-070 é classificada pelo governo federal como um importante corredor de integração nacional, conectando Brasília com Cáceres ao longo de 1,3 mil quilômetros. A adequação é no trecho em que a rodovia contorna Cuiabá e Várzea Grande (MT), buscando facilitar o fluxo de cargas, acelerar a circulação de veículos e contribuir para aumentar a competitividade dos produtos.
Aeroporto de Cuiabá/MT
Com cerca de 619 mil habitantes, a capital de Mato Grosso é cortada pela BR-364. No Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, a concessionária prevê a conclusão das obras de ampliação e modernização do terminal ainda em 2024.
BR-163/MT – Divisa MT/MS – Sinop/MT
A BR-163 é considerada pelo governo federal como fundamental para a articulação de uma das regiões agrícolas mais produtivas e exportadoras do Brasil. São 800 quilômetros entre o distrito de Ouro Branco do Sul, em Itiquira, e Sinop, seguindo para a região Norte do país.
Extensão da Malha Norte
Inaugurada em 1998, a Ferronorte tinha 500 quilômetros de comprimento, entre Santa Fé do Sul (SP), nas margens do Rio Paraná, e Alto Araguaia. Em 2012, houve uma ampliação de 260 quilômetros, levando os trilhos até Rondonópolis. O objetivo do atual projeto é adicionar 600 quilômetros na atual ferrovia para conectá-la com o epicentro do agronegócio de Mato Grosso. O novo trecho incorpora os municípios de Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, além da capital.
EF-170 – Ferrogrão
O projeto prevê que a ferrovia, com quase mil quilômetros, conecte Sinop com o Porto de Miritituba, em Itaituba (PA). Seguindo um trajeto similar ao utilizado por caminhões na BR-163, a finalidade é tornar menos demorado, menos custoso e menos poluente o escoamento de grãos do Centro-Oeste pelos portos do Arco Norte. Atualmente, metade das exportações mato-grossenses de soja e milho sai do Brasil pelos terminais de Belém e Santarém (PA), São Luís e Santana (AP).
BR-163/MT/PA – Sinop/MT – Miritituba/PA
Este trecho da rodovia, segundo o governo federal, tem a função de escoar grande parte da produção de grãos do Centro-Oeste ao longo de mil quilômetros até o Porto de Miritituba, nas margens do Rio Tapajós. Em seguida, as cargas seguem por via fluvial até o Rio Amazonas e, então, para o Oceano Atlântico.