O ex-vice governador Carlos Fávaro (PSD) ingressou uma ação no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) com pedido de cassação da eleição da juíza aposentada Selma Arruda (PSL). Fávaro, que também concorreu ao cargo e ficou em terceiro lugar em número de votos, pede para ser diplomado no lugar de Selma alegando impedimento de oficialização de mandato a ela por causa de investigação de caixa 2 de campanha.
Fávaro ainda pede para que seja investigado o caso de supostos gastos irregulares denunciado pelo empresário Luiz Gonzaga Rodrigues, o Junior Brasa, dono da Genius Publicidade. Brasa cobra o pagamento de R$ 1,1 milhão por serviços a Selma Arruda realizados em abril deste ano, fora do prazo oficial de campanha.
Um pedido de investigação sobre a mesma denúncia foi feito pelo advogado Sebastião Carlos, que disputou ao Senado nas eleições 2018 pelo Rede. Com base em documentação protocolada pelo empresário e pelo advogado o Ministério Público Eleitoral (MPE) e a Polícia Federal abriram investigação do caso. Selma é investigada pelo crime de caixa 2 e por abuso de poder econômico.
Conforme denúncia divulgada no mês passado pelo jornal A Gazeta, a juíza aposentada teria assinado quatro cheques para pagamento ao ex-marqueteiro de campanha antes do prazo autorizado pela Justiça.
O primeiro cheque teria sido emitido em 10 de abril de 2018 no valor de R$ 150 mil; o segundo em 4 de maio, também de R$ 150 mil; o terceiro, no mesmo valor, em 21 de maio; e o quarto em 16 de julho, no valor de R$ 100 mil, somando R$ 550 mil. A campanha neste ano teve início em 16 de agosto.
Ainda conforme o jornal, todos os cheques foram compensados e microfilmados. Ainda foi quitada uma parcela no valor de R$ 150 mil, da conta do primeiro suplente de Selma, Gilberto Possamai, emitido no dia 7 de agosto, pré-datado para 7 de setembro, porém, com autorização foi sacado fora do prazo.
Portanto, a totalidade quitada durante o período de pré-campanha soma o valor de R$ 700 mil. Selma declarou até agora despesas eleitorais de R$ 413 mil.