Além de prestigiar um evento da prefeitura de Várzea Grande e elogiar Jayme Campos (DEM), virtual candidato a concorrer para barrar a reeleição, o vice-governador Carlos Fávaro (PSD) atacou o chefe do Executivo, Pedro Taques (PSDB), e não fez a mínima questão de confirmar apoio ao projeto tucano, durante a visita do ministro da Educação, Mendonça Filho, em Várzea Grande.
Ele foi por demais sucinto ao falar em “ouvir as bases” quando perguntado diretamente se iria permanecer ou pular fora do barco. E foi mais duro ainda quando criticou a ideia do governador de criar o chamado Fundo de Estabilização. “O cidadão brasileiro não aguenta mais aumento da carga tributária. Eu sei que Mato Grosso vive um momento difícil e as finanças precisam ser estabilizadas, medidas amargas devem ser tomadas, mas aumento de carga tributária por si só é inconcebível e o brasileiro, o mato-grossense, não aceita mais”, disse aos jornalistas.
À parte isso, diz que tem uma relação “muito boa e de amigo” com o governador e que vai lutar para manter a unidade do grupo político ao qual pertence. Classificou suas críticas como construtivas e comparou o momento entre ele e Taques com os do ex-vice-presidente (morto em março de 2011) José Alencar quando ao lado de Lula. Defendeu que precisa se posicionar e que ele e Taques constroem uma melhor gestão a partir dessas "pontuações".
O agrobusinessman também amenizou as críticas do ex-coordenador geral da campanha de Taques, Otaviano Pivetta, que acabaram por resvalar nele, ao afirmar que o vice não poderia buscar apoio do DEM por ainda fazer parte do governo. Por fim, admitiu o racha e a insatisfação dentro do PSD quanto a permanecer com a ideia de manter o apoio à atual administração.
Todas as declarações foram dadas durante a retomada simbólica das obras do campus da UFMT em Várzea Grande. A promessa era de repassar R$ 8,5 milhões, mas Mendonça Filho só garantiu R$ 5 milhões por agora e outros R$ 3,5 milhões "quando chegar em Brasília". O custo da obra, entretanto, está orçado em R$ 14 milhões.