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Famílias de ex-combatentes guardam ‘relíquias’ da Revolução

Familiares de ex-combatentes da Revolução Constitucionalista de 1932 guardam lembranças e "relíquias", como medalhas, fotos e outros objetos daqueles que lutaram em um dos maiores conflitos armados da história do Brasil. Um dos voluntários levava a coragem no nome. Aristeu Valente, de Nova Odessa (SP), foi o único dos 13 soldados da cidade que morreu em combate.

Maria Célia Dias Blanco, de 60 anos, é sobrinha de Aristeu. Ele morreu aos 23 anos, no dia 18 de agosto de 1932. "Eu era muito pequena naquela época, tinha apenas cinco anos, mas me lembro das histórias contadas pelos familiares de que meu tio foi vítima de uma emboscada durante a revolução. Ele morreu com um golpe de baioneta", lembrou.

O soldado Valente pertencia ao batalhão 23 de Maio e foi morto em um morro existente na divisa de Águas de Lindóia (SP)  e Monte Sião (MG). No local, onde outros combatentes também perderam a vida, existe um monumento.

A funcionária pública aposentada Maria José Valente Cordeiro, de 71 anos, também é sobrinha de Aristeu. Ela contou que a família guardou durante muitos anos objetos do tio, mas doou medalhas de condecoração, munições e o chapéu de ferro por ele utilizado durante o combate.

As "relíquias" foram entregues ao Centro Cultural Herman Jankovitz, que fica na Biblioteca de Nova Odessa (SP).

Mas a sobrinha do ex-combatente ainda guarda publicações de homenagem a Aristeu, como páginas de jornal e um livro de memórias da revolução editado pela Câmara. Valente foi sepultado primeiramente em Americana (SP), mas depois foi transferido para o Cemitério Municipal de Nova Odessa com todas as homenagens merecidas.

Outra história
O advogado José Reinaldo Zorzetto, de 55 anos, natural de Limeira (SP) e que atualmente reside em Piracicaba (SP), é neto de outro ex-combatente da revolução, José Fernandes Prado, que também lutou como voluntário aos 23 anos de idade. Mas Prado sobreviveu à batalha, constituiu ele também lutou como voluntário. Sobreviveu à batalha e constituiu família.

Após a morte de Prado, Zorzetto guarda a medalha de condecoração desde quando era muito jovem. "Eu a levo comigo para onde for há mais de 35 anos. Ela é a única lembrança que tenho de meu querido avô materno", disse emocionado. O advogado lembra que, segundo contavam seus familiares, Prado viu muitos parceiros de luta morrer. "Ele dizia a minha avó que uma granada explodiu ao lado dele e matou um colega".

Revolução de 32
O golpe de estado que levou Getúlio Vargas ao poder fez com que o estado de São Paulo ficasse insatisfeito com o governo provisório. Os paulistas exigiam uma nova constituição e o estabelecimento de eleições para presidentes.

Como as reivindicações não foram atendidas, os paulistas começaram a se manifestar nas ruas contra o governo de Vargas. Em um desses protestos, em maio de 1932, uma reação policial provocou a morte de estudantes que militavam contra o governo, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. As iniciais dos nomes (MMDC) se tornaram símbolo da revolução.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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