Cidades

Familiares e amigos de frentista atropelada fazem passeata

Familiares e amigos da frentista Janaína Almeida Rodrigues, de 26 anos, que morreu após ser atropelada por um carro na Avenida General Mello, em Cuiabá, realizaram uma passeata neste sábado (27), como forma de protesto para que o caso, que completa uma semana neste domingo (28), não fique impune. Janaína pilota uma motocicleta e seguia para o posto de combustível, onde trabalhava, por volta das 6h. O carro estava em alta velocidade, na contramão e bateu de frente com a moto. A vítima morreu na hora.

O local escolhido para a manifestação foi o mesmo onde ocorreu o trágico acidente e o percurso de dois quilômetros. Emocionados, os irmãos e amigos de Janaína cobraram justiça e pediram para as autoridades não deixar o fato cair no esquecimento.

 “É uma situação muito difícil porque ainda estamos abalados com tudo e prestando socorro à minha mãe e ao meu sobrinho. Estamos tentando confortar um pouco eles e sermos forte”, declarou a Joanice Almeida Rodrigues, irmã da vítima.

Janaína era a caçula de cinco irmãos. Deixou marido e um filho de três anos de idade. Morava no Bairro Jardim Paulista e foi arremessada a 28 metros de distância, segundo a Polícia Militar, no momento em que o carro atingiu a moto.

O universitário Kennedy Max Velho, 33 anos, que dirigia o veículo e o amigo que estava como passageiro, Alysson Guedes Zoli Delazari, de 26 anos, foram detidos após o acidente, mas liberados em seguida pela Polícia Civil depois de pagamento de fiança, no valor de dois salários mínimos.

“Foi solto no mesmo dia por causa de R$ 1,5 mil. O que justifica isso? Vamos procurar todas as autoridades e perguntar: a pessoa mata no trânsito e fica solta? Fica por isso mesmo?”, questionou o irmão de Janaína, Jefferson Rodrigues.

 Segundo a Polícia Civil, Kennedy e Alysson foram submetidos ao teste de alcoolemia que apontaram índices de 0,30mg/L, no condutor, e de 0,11 mg/L, no passageiro. O G1 não conseguiu contato com os dois. De acordo a Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran), os bafômetros da unidade passam por uma manutenção. Por isso, o teste de alcoolemia em Kennedy e Alysson só foi feito cinco horas após o acidente. Os policiais usaram aparelhos emprestados da Polícia Militar.

Conforme o delegadoJeferson Dias Chaves, que atua na Delatran, Kennedy deverá responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Já Alysson, que estava como passageiro e teria trocado de lugar no veículo se passando por motorista, assinou apenas um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) de 'autoacusação', documento usado em crime considerado de menor potencial ofensivo.

 A Polícia Civil deve concluir o caso em um prazo de 30 dias, onde vai ouvir novamente os envolvidos.“Praticamente foi um assassinato. Embora as leis são brandas em nosso país, nós não podemos nos calar. Porque já existe uma cultura de que isso não dê em nada. Mas, mesmo assim, temos que lutar. Temos que gritar por justiça para que outras famílias não passem por isso que a dela está passando”, ressaltou Joacil Costa, amigo da família.

Testemunhas relataram que o carro estava em alta velocidade e que os dois jovens dentro do caro estavam embriagados. Além disso, as pessoas que viram o acidente contaram à polícia que o motorista e o passageiro trocaram de lugar logo depois da batida.

Fonte: G1

Redação

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