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Familiares de advogado assassinado fazem caminhada

Amigos e parentes do advogado Brunno Eduardo Matos Soares, de 29 anos, morto no dia 6 de outubro em São Luís, realizaram uma caminhada pelo Centro da capital, nessa sexta-feira (17). O ato foi realizado para chamar a atenção do poder público para os altos índices de violência em São Luís e para pedir justiça pela morte do jovem. Brunno foi morto a facadas após a festa de comemoração do senador eleito Roberto Rocha (PSB), no bairro do Olho d´Água. O irmão dele, Alexandre Soares Matos, 25, e o amigo Kelvin Chiang, 26, também ficaram feridos.

Com cartazes com mensagens de paz e justiça, a caminhada percorreu a Rua Grande, até a Praça Deodoro, onde houve um ato público em homenagem a Brunno. Na oportunidade Rubem Matos, Pai de Brunno, agradeceu aos amigos a iniciativa do evento e cobrou das autoridades competentes mais empenho no combate ao crime e à violência.

Se as autoridades competentes não se comprometerem com a luta contra a violência, nossos jovens continuarão morrendo brutalmente. Além da violência que fizeram com meu filho, que culminou com sua morte, eu estou com outro filho em casa, e que não teve a oportunidade de se despedir do irmão, não pôde comparecer ao velório, não pôde comparecer ao enterro, tampouco estar aqui, porque está em casa brutalmente ferido, desabafou.

Entenda o caso
O vigilante João José Nascimento Gomes assumiu a autoria do assassinato do advogado Brunno Eduardo Matos Soares.Segundo o delegado Márcio Dominici, que investiga o caso, o inquérito já foi concluído. No documento, o investigador afirma que o crime aconteceu após uma briga generalizada envolvendo as três vítimas, o vigilante João José Nascimento Gomes, o suspeito que já foi preso Carlos Humberto Marão Filho, 36, e o estudante universitário Diego Polary.

"As partes teriam ingerido bebida alcóolica, isso altera os ânimos. O Diego teria danificado o retrovisor do veículo das pessoas que estavam na festa, eles foram saber o por que dele ter feito isso e daí começou a discussão, uma troca de empurrões, começou uma briga e foi quando o vigia se aproximou com uma bicicleta, supostamente para intervir a favor do Marão, e desferiu os golpes de faca", contou.

Carlos Humberto Marão Filho teve a prisão em flagrante convertida para prisão preventiva e continua detido. "Nós temos vídeos de imagens de segurança que mostram que houve briga generalizada entre todos os envolvidos. O Marão, no próprio interrogatório, afirma que esteve na festa, participou e, por volta de 5h, quando deixou o local, encontrou um veículo na porta de sua residência, não teria gostado e a partir daí começou toda a confusão entre os envolvidos", acrescentou.

Na tarde de ontem, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Maranhão, Mário Macieira, afirmou em entrevista à rádio Mirante AM que a mãe do vigilante João José Nascimento Gomes denunciou à Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA, que o filho teria sido coagido para assumir a autoria do assassinato do advogado Brunno.
Ficamos muito surpresos com a procura da mãe do vigilante, o João, que afirmou ao presidente da Comissão de Direitos Humanos, o Pedrosa, que ele está sendo coagido. Toda prova anteriormente colhida já apontava para a autoria dos fatos. No depoimento do Marão, quando reinquerido, ele disse que o vigia presenciou, mas não matou.

Estamos muito surpresos com isso. Fomos com uma comissão falar com o delegado Marcos Affonso, que nos assegurou que vão investigar todos os fatos, sem proteção. Nós confiamos muito no trabalho da polícia. Os dois sobreviventes reconheceram como autor das facadas o Diego. O Marão declara que o vigia não participou. Como que de uma hora para outra o vigilante assume a autoria dos fatos?", questionou Mário Macieira, presidente da OAB-MA.

G1

Redação

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