A família do comerciante Josionaldo Ferreira da Silva já era ameaçada dias antes da execução dentro do Shopping Popular de Cuiabá. A vítima foi morta com ao menos 5 tiros, todos na cabeça, por Wenderson Santos Souza que morreu em confronto com a polícia logo após o homicídio, no dia 19 de dezembro.
Wenderson era da Bahia e membro do Comando Vermelho, assim como o comparsa Bruno Fernandes, preso após o crime. Ambos considerados de alta periculosidade.
Consta no relatório de indiciamento de Bruno que ele negou ter ido ao local para matar a vítima. Disse que apenas se dirigiu ao comércio para cobrar dívida e que foi surpreendido pela atitude de Wenderson em matar o comerciante.
“Ora, tais afirmações são absurdas. Tese esta, que não prospera de forma alguma após a análise de todos os elementos juntados de forma robusta no presente caderno investigativo. Diga-se, ambos indiciados, de forma cabalada, demonstram a unidade de desígnios em busca da obra comum, qual seja: a execução da vítima”, diz trecho do relatório.
Ambos não conheciam a vítima e se perambularam pelo centro comercial, conversando com terceiro pelo celular, para identificar o alvo. Assim que o fizeram, se passaram por clientes e conversaram com o lojista, que os atendeu normalmente.
Em dado momento, Bruno distrai Josinaldo, que se vira para atendê-lo e é atingido por disparo na cabeça, seguido de outro quando já está caído. Era por volta das 18h quando tudo aconteceu e ainda havia clientes no comércio. A vítima morreu em frente a um dos boxes.
Após investigação, o delegado do caso, Marcel Gomes de Oliveira, encaminhou o inquérito com pedido de indiciamento à Justiça. No relatório ele sinaliza para que Bruno responda por homicídio triplamente qualificado, uma vez que agiu mediante promessa de pagamento, com maneira que dificultou a defesa da vítima, motivo torpe e que resultou em perigo comum.
Ainda não restou esclarecido quanto os assassinos receberiam e a real motivação do crime, qual era a suposta dívida que o suspeitos foram cobrar.
Entre os documentos anexados ao relatório estão conversas de aplicativo de mensagens que demonstram que a família era ameaçada.
“Isso posto, a Polícia Judiciária Civil conclui pela ocorrência do crime de HOMICÍDIO triplamente qualificado contra a vítima Josionaldo Ferreira de Araújo, com autoria que recai sobre bruno Fernandes de Souza Costa, devidamente qualificado nos autos”, é o desfecho do documento encaminhado ao Judiciário no dia 26 de dezembro.