Cidades

Família quer interferência diplomática em buscas por pilotos

Fotos: Camila Ribeiro

Familiares e amigos dos pilotos desaparecidos desde o sequestro do King Air, prefixo ATY, em 20 de setembro, realizaram na manhã desta quinta-feira (9), uma nova manifestação para cobrar maior empenho do Governo do Estado nas investigações sobre o sequestro da aeronave. Durante ato realizado no Aeroporto Marechal Rondon, ele pediram ainda, interferência diplomática, por meio do Itamaraty, numa tentativa de solucionar o caso. 

O piloto Evandro Rodrigues Abreu e o co-piloto Rodrigo Frais Agnelli foram sequestrados por criminosos, junto com a aeronave de propriedade da família do deputado estadual José Riva (PSD), na pista de pouso do município de Pontes e Lacerda (457 km de Cuiabá). 

O parlamentar também participou do ato realizado na manhã de hoje e disse que tem visto pouca participação institucional do Governo com vistas a solucionar o caso. “Acredito que o Brasil deve interferir diplomaticamente nestas investigações e, se for o caso, medidas mais radicais precisam ser tomadas”, afirmou ele. 

Riva lembrou que a Bolívia – país onde as investigações estão concentradas – é parceiro do Brasil, tendo inclusive, energia para algumas cidades fornecidas pelo Brasil. “Nós, por exemplo, fornecemos energia para San Matias, se necessário, então nós deixamos de fornecer energia. É uma medida emergencial, precisamos analisar isso também. A Bolívia é um país muito pequeno, é possível descobrir uma aeronave deste porte lá”, defendeu ele. 

Visivelmente abalada, a esposa do piloto Evandro Abreu, Márcia Abreu disse que a situação é cada vez mais desesperadora. Ela que já havia concedido uma entrevista com exclusividade ao Circuito Mato Grosso, reitera que, desde o desaparecimento do esposo e do co-piloto Rodrigo, nunca existiu nenhum tipo de contato. “Estamos encontrando forças nos amigos e familiares que tem nos amparado”, comentou ela, cercada pelo casal de filhos. 

 

“Não desejo ao pior inimigo”, diz esposa de piloto desaparecido

Familiares cobram Governo sobre desparecimento de aeronave

Piloto já sequestrado critica estrutura da polícia bolíviana

Insegurança

O amigo dos pilotos desaparecidos e proprietário da empresa Abelha Táxi Aéreo, Hélio Vicente, diz que os sequestros envolvendo pilotos e aeronaves em Mato Grosso têm crescido assustadoramente. No entanto, na maior parte dos casos, pilotos acabam sendo libertados pelos sequestrados em torno de 3 ou 4 dias após o ocorrido. Situação bem distante do caso dos pilotos deste King Air, que já estão desaparecidos há 19 dias. 

“Agonia é muito grande e por isso que além de cobrar uma investigação maior neste caso, nós queremos um melhor policiamento nas fronteiras, além da reativação do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia)”, defende ele.

Vicente ainda alega que falta uma cooperação maior entre a Bolívia e o Brasil. “Falta estrutura da polícia boliviana e, mais do que isso, acredito que falta boa vontade em cooperar mesmo”, lamentou o piloto. 

Ainda esta semana, deputados estaduais de Mato Grosso planejam a formação de uma comissão para ir até a Bolívia e tentar um ‘diálogo diplomático’ com o governo daquele país.

 

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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