A Prefeitura de Nova York chegou a um acordo para indenizar a família de Eric Garner, negro morto em julho do ano passado após ter sido violentamente imobilizado por um policial no momento em que supostamente vendia cigarros contrabandeados. O montante acordado é de US$ 5,9 milhões – o equivalente a R$ 18 milhões.
O pedido de ressarcimento havia sido apresentado pouco após a morte pela viúva e pela mãe da vítima, que queriam uma compensação de US$ 75 milhões – quase R$ 237 milhões de acordo com a cotação desta terça-feira (14) – e falaram com a imprensa após a decisão.
Garner, de 43 anos, foi detido à força por suspeita de vender cigarros ilegalmente. Após resistir à prisão, o homem, que era asmático e estava acima do peso, foi imobilizado pelo pescoço pelo policial Daniel Pantaleo. Ele morreu pouco depois no hospital.
O caso também ganhou bastante repercussão por ter sido divulgado na internet um vídeo com imagens da abordagem do agente, nas quais Garner dizia claramente, e de forma agoniada, que não conseguia respirar. "Nunca foi a minha intenção fazer mal a alguém", chegou a dizer Pantaleo, que foi inocentado pela Justiça.
Garner estava desarmado e foi estrangulado na calçada de uma movimentada avenida. Sua morte passou a ser posteriormente considerada como um homicídio.
Após a decisão de inocentar o policial responsável pela morte, milhares foram às ruas de Nova York para protestar contra a Justiça. Manifestações semelhantes ocorreram em outras ocasiões posteriores, e de forma mais violenta, após mortes de negros em outros Estados.
O caso mais marcante foi o de Baltimore, onde o jovem negro Freddie Gray foi morto durante uma abordagem policial, em abril. Houve diversos confrontos com a polícia e centenas de manifestantes chegaram a ser presos.
Fonte: iG