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Família de Marcelo diz que espera ‘reviravolta’ no caso Pesseguini

 
G1Em entrevista nesta sexta-feira (13), a avó paterna de Marcelo acredita que a possibilidade de uma investigação mais profunda possa representar uma reviravolta no caso. “Para mim, ninguém acredita que o Marcelo tenha feito isso. Ele era só uma criança. A transferência do processo para a Vara da Infância mostra que o caso foi mesmo mal contado e que o verdadeiro criminoso está solto”, afirma Maria José Uliana Pesseghini.
 
Com o envio do processo para a Vara da Infância, uma nova investigação poderá ser iniciada e poderia confirmar se há ocorreram mesmo os erros apontados pela defesa no laudo divulgado pela polícia. Segundo a avó, “o juiz podia ter arquivado o processo e deixado tudo como está. Então, como a advogada disse para a gente, foi uma pequena vitória para descobrir quem realmente fez isso”.
 
Moradora de Marília desde 2001, a aposentada de 62 anos, conta que neto tinha rotina diferente na cidade quando visitava os familiares e que era muito querido por onde passava.
 
“Ele brincava muito na rua quando vinha para Marília e todos gostavam muito dele. Por ter sido sempre muito amoroso e por conhecermos o relacionamento dele com os pais é que sabemos que isso não aconteceu”, afirma.
 
Segundo a aposentada, apesar de passado quase um ano do caso, a rotina dela e do marido ainda não voltou ao normal e as perguntas sobre o que realmente teria acontecido na casa do filho são frequentes.
 
"Ainda estamos nessa incerteza de não saber o que aconteceu lá dentro. As coisas deles estão aqui e me dá vontade de chorar sempre que vejo. É uma fase que não passa e acho que não vai passar nunca”, comenta Maria.
O caso
Após nove meses de investigações, o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu que Marcelo matou a família e se matou em seguida.
 
Uma das provas de que o adolescente matou todos, se baseia em um laudo psiquiátrico sobre a personalidade do garoto.
 
O resultado apontou que complicações de uma doença mental aliadas a fatores externos levaram o estudante a atirar no pai, o sargento das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos; na mãe, a cabo Andréia Bovo Pesseghini, de 36 anos; na avó materna, Benedita de Oliveira Bovo, de 67 anos; e na tia-avó Bernadete Oliveira da Silva, de 55 anos.
O documento foi feito pelo psiquiatra forense Guido Palomba. Segundo a polícia, o adolescente dirigiu o carro da mãe até uma rua próxima ao colégio onde estudava, dormiu dentro do veículo e então foi para a aula.
 
Lá, contou para os amigos que havia matado a família, mas ninguém acreditou nele. Em seguida, o adolescente voltou para a residência e se matou. Todos foram mortos com tiros na cabeça.
 
De acordo com o exame psiquiátrico, o estudante sofria de uma doença chamada "encefalopatia hipóxica" (falta de oxigenação no cérebro), que o fez desenvolver um "delírio encapsulado” (ideias delirantes). Além disso, ele teria sido influenciado por jogos violentos de videogame.
 
O laudo apontou que, no ano passado, esse quadro de delírios se agravou quando Marcelo quis se tornar um "justiceiro", um "matador de aluguel de corruptos", inspirado no game "Assassin's Creed".
 
Um mês antes dos crimes, o estudante passou a usar a imagem do assassino do jogo em seu perfil no Facebook e também a usar um capuz como o personagem do game Desmond Miles – um barman que volta no tempo na pele de seus ancestrais, encarna o matador Altair e se envolve na guerra entre assassinos e templários ao longo de diversos eventos.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
G1

Redação

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