Os familiares dos empresários Cristian Barreto Lima e Carlos Egídio estão apreensivos para que eles sejam liberados da aldeia indígen Kayapóa, no Sul do Pará. Os empresários ficaram retidos no local, após o piloto realizar um pouso de emergência devido ao mau tempo, numa pista, que fica próximo à aldeia Àukre, na região de São Felix do Xingu (PA), divisa com Mato Grosso.
O avião monomotor partiu de Cuiabá, na última terça-feira (17), em direção à Altamira (PA), porém chovia muito e o piloto foi obrigado a procurar a pista de avião mais próxima para realizar um pouso de emergência. Ao descer no local, os indígenas teriam cobrado R$ 20 mil, que seria uma multa, por pousar na pista sem autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai).
A filha de Cristian Barreto, Chrislaine Marconi de Lima, 22, explicou ao Circuito Mato Grosso que as famílias ficaram preocupadas com os tripulantes. É que na terça-feira, quando o avião saiu de Cuiabá, o tempo estava muito fechado e eles não deram notícias durante o resto do dia.
A família só ficou sabendo do acontecido no final da tarde de terça, quando Tito Lívio Correa, empresário que acompanhava os outros dois homens e o piloto do avião ser liberados, para levantar a quantia em dinheiro. Na primeira oportunidade, Tito entrou em contato com a esposa, que avisou os familiares dos empresários e as autoridades.
“A gente ficou preocupado, por que normalmente eles chegam lá e já dão noticias que chegaram. Só que dessa vez foi diferente, a gente esperou o dia inteiro e não tivemos notícias, só no final da tarde quando o Tito conseguiu ser liberado”, contou Chrislaine.
Chrislaine esclarece ainda que as famílias de Tito e de Cristian se reuniram para evitar ligações frequentes em busca de novidades. E que a família do outro empresário, Carlos Egídio, não está reunida com eles, mas mantem contato frequente, trocando mensagens e informações.
“Estamos tentando manter a calma de todo mundo. Nesse momento ficar nervoso, todo mundo querer ligar para saber noticias não ajuda nada, até por que já é difícil o contanto lá no Pará. Quando alguém tem uma notícia, vai repassando para os demais, para evitar ficar ligando por que isso acaba atrapalhando”, disse Marconi.
A filha de Cristian classificou a atitude dos indígenas de “circo” e “vergonhoso”. Para ela, não tem explicação do por que de seu pai ainda está sendo mantido na aldeia. Ela afirmou também que o relato de um representante dos indígenas, Bengoti Kayapó, no site do Circuito Mato Grosso é muito contraditório.
“Isso acaba sendo um circo de tão vergonhoso. Se for verdade mesmo o que ele disse, qual é o motivo deles ainda estarem lá? Já se passaram dois dias e ainda estão detidos. Se eles não são bandidos, não são agressivos e nem querem dinheiro, por que meu pai e os outros ainda não foram liberados?”, questionou.
O Circuito Mato Grosso entrevistou com exclusividade o indígena Bengoti Kayapó. Ele nega que os empresários estejam sendo mantidos reféns.
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