SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Três pessoas morreram por falta de oxigênio na manhã desta terça-feira (1º) no hospital de campanha para atendimento a casos de Covid-19 no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Santo André (ABC). Todos estavam internados em estado grave.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, mas não houve tempo hábil para o atendimento.
A SES (Secretaria Estadual da Saúde) de São Paulo e a Fundação do ABC, entidade gestora da unidade, confirmaram os óbitos, mas não deram o perfil dos pacientes.
De acordo com as informações da Fundação do ABC, a usina de oxigênio da unidade estava inoperante em razão de possível pane elétrica. Assim que o problema foi detectado, o responsável pela manutenção da usina foi acionado e conseguiu reestabelecer o serviço.
As apurações iniciais indicam a suspeita de que o segundo backup, ou seja, o tanque de oxigênio da unidade, não tenha funcionado corretamente.
Em funcionamento há cerca de dez dias, a usina conta com dois sistemas de backup em caso de eventual pane. O primeiro é uma bateria de cilindros de oxigênio, que é acionada para suprir imediatamente a rede de oxigênio da unidade. Caso o problema da usina não seja resolvido, o segundo backup é o próprio tanque de oxigênio.
O tanque do AME Santo André tem capacidade para manter cerca de 20 pacientes por até 24 horas.
Em nota, a SES afirmou que determinou à entidade que abra uma sindicância para apurar os fatos e afaste temporariamente os responsáveis até a conclusão da apuração.
A Fundação do ABC disse à reportagem que instaurou sindicância para apurar responsabilidades, verificar o que de fato ocasionou a pane na usina e, principalmente, as razões pelas quais o sistema de backup, que deveria suportar a rede de oxigênio por cerca de 24 horas, não funcionou corretamente.
No dia 22 de março deste ano, três pacientes de Covid-19 morreram dentro da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Ermelino Matarazzo, na zona leste, por falta de oxigênio.
Outras dez pessoas foram transferidas a outros hospitais.
Segundo funcionários da unidade, o produto faltou por 30 minutos. Na época, a Secretaria Municipal da Saúde negou que as mortes tenham ocorrido pela falta do oxigênio.