Um homem que se passava por advogado foi preso nesta quinta-feira (25) durante a primeira fase da Operação Rábula, deflagrada pela Delegacia de Roubos e Furtos de Várzea Grande (Derf-VG). Ele é apontado como líder de um grupo criminoso especializado em fraudes eletrônicas contra idosos, com prejuízo estimado em cerca de R$ 300 mil. A ação cumpriu mandados de prisão preventiva, busca e apreensão e bloqueio de valores, determinados pela 5ª Vara Criminal de Várzea Grande.
Segundo a Polícia Civil, o investigado, de 31 anos, é bacharel em Direito, mas se apresentava como advogado previdenciário para enganar vítimas em Cuiabá e Várzea Grande. Vestido com roupas sociais e usando jargões jurídicos, ele convencia os idosos de que conseguiria agilizar aposentadorias e benefícios. Em alguns casos, seus comparsas se passavam por motoristas para reforçar a encenação.
As investigações revelaram que o grupo criminoso acessava contas bancárias das vítimas e contratava empréstimos de até R$ 24 mil, em nome dos idosos, com parcelas de longo prazo e juros abusivos. Uma das vítimas chegou a pagar R$ 10 mil pelos supostos serviços advocatícios e foi surpreendida com a cobrança de um financiamento de uma caminhonete de R$ 278 mil. Outra idosa desenvolveu síndrome do pânico e depressão após ter todas as suas economias retiradas.
Além do falso advogado, dois comparsas foram identificados. Um deles já possui condenação por roubo majorado e o outro, com histórico de 10 registros criminais, acumula cinco condenações por roubo e uma por porte ilegal de arma. Um dos investigados segue foragido. Os valores bloqueados visam o ressarcimento das vítimas, muitas delas com nome negativado e comprometimento da saúde mental após os golpes.
A delegada Elaine Fernandes, responsável pela investigação, classificou a atuação do grupo como cruel e covarde. “Esses criminosos tiram dos idosos o pouco que recebem após uma vida inteira de trabalho, causando não só danos financeiros, mas traumas emocionais profundos. É inadmissível que pessoas vulneráveis continuem sendo alvo desse tipo de crime”, declarou. O nome da operação, Rábula, faz referência à atuação fraudulenta do investigado ao se passar por advogado.