Foto: Ednei Rosa
Um dos grandes problemas do trânsito da Capital é a falta de estacionamentos, públicos e privados, na região central. Nas ruas não há espaço para estacionar e quem se arrisca fica passível de multa, os estacionamentos particulares, além de praticarem preços abusivos e taxarem por hora, ainda não têm quantidade suficiente de vagas para atender à demanda.
“Não há nenhum estacionamento aqui que suporte grande quantidade de carros”, diz Maximiano Nalon, que é supervisor de uma rede de drogarias e precisa necessariamente estacionar no centro algumas vezes por semana. “Eu deixo de parar aqui muitas vezes, pois não há vagas e já levei multas por parar na vaga da própria farmácia, até menos de 15 minutos”.
Maximiano diz acreditar que o centro está ficando esquecido. “O centro está acabado, o cliente quer vir aqui e não pode por falta de vaga. Eu tenho cinco multas por parar alguns minutos para descarregar mercadoria”, explica.
A comerciante compara ainda o centro com um shopping, onde o cliente, além de toda a comodidade proveniente da reunião de lojas e climatização, tem a certeza de poder estacionar com segurança e ser taxado ainda de forma mais justa.
Questionada sobre a volta da Faixa Verde em Cuiabá, a prefeitura municipal afirmou, por meio da assessoria, que “há um planejamento” e que a administração “vem realizando um estudo para implantá-la novamente”. Contudo, não soube informar quando e em quais condições isso ocorrerá, limitando-se a dizer que “não há previsão” para a volta deste serviço público nas ruas da capital.
A Faixa Verde foi suspensa em Cuiabá há pouco mais de dois anos, em agosto de 2012, após uma notificação recomendatória do Ministério Público Estadual (MPE) a SMTU. Na época, o serviço era responsabilidade da Câmara de Dirigentes e Lojistas (CDL), que realizava a tarefa por meio de um contrato de concessão – expirado no dia 18 de maio do mesmo ano.
Um pregão para contratação de empresas interessadas em implantar e gerenciar a Faixa Verde em Cuiabá chegou a ser agendado em fevereiro de 2013, mas foi cancelado um mês antes com a justificativa de “conveniência administrativa”. A prefeitura chegou a informar que o serviço seria reativado sete meses depois, em setembro. Mais de um ano depois, no entanto, a iniciativa não prosperou.
A Faixa Verde provoca polêmica entre aqueles que se não aceitam pagar para estacionar e motoristas que reclamam da falta de rotatividade dos veículos – sobretudo na região central –, além da diminuição da segurança. Um levantamento realizado pela SMTU na época do funcionamento do serviço apontou queda de furtos e arrombamentos de carros de até 70% em razão da presença dos agentes fiscalizadores.
Após a suspensão, essas ocorrências teriam aumentado 40%.