Imagens: Jefferson Oliveira e Willian Matos
Com Jefferson Oliveira
Está em andamento desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira a 5ª fase da Operação Sodoma, que investiga fraudes à licitação, desvio de dinheiro público e pagamento de propinas, realizados pelos representantes da empresa Marmeleiro Auto Posto LTDA e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática LTDA, em benefício da organização criminosa comandada pelo ex-governador, Silva da Cunha Barbosa.
Além de Barbosa, esta fase tem como alvo o ex-secretário de Fazenda Marcel de Cursi, o ex-secretário de Administração Francisco Faiad e mais seis suspeitos.
A investigação presidida pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública, cumpre cinco mandados de prisão preventiva, nove de condução coercitiva e nove de busca e apreensão domiciliar, nos estados de Mato Grosso, Santa Catariana e Distrito Federal. Participam da operação 17 equipes de policiais civis, compostas por delegados, investigadores e escrivães.
Os mandados de prisão foram cumpridos contra os investigados: Valdisio Juliano Viriato, Francisco Anis Faiad, Silval da Cunha Barbosa, Sílvio Cesar Corrêa Araújo, Jose Jesus Nunes Cordeiro. Entre os conduzidos coercitiva para interrogatórios estão: Wilson Luiz Soares, Mario Balbino Lemes Junior, Rafael Yamada Torres, Marcel Souza de Cursi.
Os suspeitos são investigados em fraudes à licitação, corrupção, peculato e organização criminosa em contratos celebrados entre as empresas Marmeleiro Auto Posto LTDA e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática LTDA, nos anos de 2011 a 2014, com o Governo do Estado de Mato Grosso.
Segundo a Polícia Civil apurou, as empresas foram utilizadas pela organização criminosa, investigada na operação Sodoma, para desvios de recursos públicos e recebimento de vantagens indevidas, utilizando-se de duas importantes secretarias, a antiga Secretaria de Administração (Sad) e a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Septu), antiga Secretaria de Infraestrutura (Sinfra).
As duas empresas, juntas, receberam aproximadamente R$ 300 milhões, entre os anos 2011 a 2014, do Estado de Mato Grosso, em licitações fraudadas. Com o dinheiro desviado efetuaram pagamento de propinas em benefício da organização criminosa no montante estimado em mais de R$ 7 milhões.
07h40 – José de Jesus Nunes Cordeiro, que foi secretário adjunto de Administração na gestão de Silval Barbosa, apontado como o braço armado da organização criminosa, chega à Defaz. Ele é investigado por participar de dois esquemas de corrupção no governo estadual.
O militar foi um dos alvos da operação Edição Extra, em dezembro de 2014, contra fraude em uma licitação no valor de R$ 40 milhões para a prestação de serviços gráficos ao governo estadual.
No dia 1º de fevereiro de 2016, quando foi deflagrada a operação Seven, contra um suposto esquema de desvio de R$ 7 milhões dos cofres públicos por meio da aquisição fraudulenta de uma propriedade por parte do estado.
No dia 16 do mesmo mês a Justiça concedeu liberdade provisória José de Jesus Nunes Cordeiro após um pedido de Habeas Corpus feito à Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
O coronel foi preso, posteriormente, na 3ª fase da Operação Sodoma dia 23 de março de 2016. Ele se entregou à Defaz no dia 23 após ter conhecimento de que um mandado de prisão preventiva havia sido expedido pela Sétima Vara Criminal contra ele no âmbito da terceira fase da operação Sodoma, a mesma que já prendeu o ex-governador Silval Barbosa e outros ex-membros da administração estadual.
08h19 – O ex-secretário de Estado de Administração, Francisco Faid, que também é um dos advogados de defesa de Silval Barbosa, chega à Defaz. Ele disse que vai "saber exatamente o que está acontecendo" para dar declarações.
08h34 – O ex-vereador Lúdio Cabral também foi conduzido à Defaz. Ele acaba de chegar à delegacia para prestar depoimento na 5ª fase da Operação Sodoma. Lúdio Cabral e Francisco Faiad disputaram em uma mesma chapa (PT e PMDB) as eleições para a Prefeitura de Cuiabá. À época, o ex-presidente da OAB-MT já advogava para o então governador Silval Barbosa, de quem o grupo recebeu apoio na campanha de concorrência com Mauro Mendes (PSB) e Blairo Maggi (então PR). A candidatura de vice de Faiad chegou a ser impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), por permanência de vínculo de Faiad com a OAB-MT. Mas, um mês antes do dia de votação, o tribunal voltou atrás em decisão liberou o advogado para disputar o pleito.
8h35 – Policiais chegam à Defaz com documentos recolhidos nas residências das pessoas que estão sendo alvo da 5ª fase da Operação Sodoma.
9h – O presidente da OAB/MT, Leonardo Campos, chega na Defaz. Ele afirmou (veja vídeo) que vai solicitar, caso o advogado Francisco Faiad seja realmente preso, que a prisão seja domiciliar ou no Corpo de Bombeiros.