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Faccionado pega 20 anos de cadeia por tramar emboscada para matar namorado da ex; vítima foi morta a tiros

O Tribunal do Júri da comarca de Tapurah condenou, nesta segunda-feira (21), o líder de uma facção criminosa Tiago Telles a 20 anos de reclusão por homicídio qualificado. Ele foi considerado o mandante do assassinato de Billy Mateus Carvalho de Faria, morto em maio de 2022 às margens da Rodovia MT-338. O Conselho de Sentença acolheu a tese do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que apontou que o crime foi cometido por motivo torpe e mediante emboscada.

Mesmo preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), Tiago organizou todo o homicídio e coordenou, à distância, a execução da vítima por outros integrantes de facção.

As investigações revelaram que a vítima foi atraída com a promessa de receber drogas para revenda, mas ao chegar ao local combinado, foi surpreendida e assassinada com quatro tiros. A motivação para o crime, segundo a denúncia, estaria relacionada a questões internas da facção criminosa, como o envolvimento de Billy Mateus com a ex-companheira de outro integrante e a prática de “cabritagem” — termo utilizado para descrever a venda de entorpecentes sem autorização do grupo criminoso.

A apuração contou com provas compartilhadas pela “Operação Dissidência”, conduzida na comarca de Sorriso, que apontaram a participação de Tiago Telles e de Robson Júnior Jardim dos Santos, também identificado como liderança da facção em Tapurah e região. Robson foi julgado e condenado em agosto de 2024 a 32 anos, um mês e 25 dias de reclusão, também por homicídio qualificado.

Durante o julgamento, o promotor de Justiça Marlon Pereira Rodrigues destacou a importância da sentença como resposta firme ao crime organizado. “A sentença do júri é uma demonstração clara de que o povo de Tapurah, representado pelos jurados, mantém tolerância zero ao crime organizado. A justiça foi feita graças ao trabalho incansável da Polícia Civil e da Promotoria local”, afirmou.

A sessão contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial no Tribunal do Júri (GAEJúri), criado recentemente pelo procurador-geral de Justiça Rodrigo Fonseca Costa. A unidade tem como objetivo auxiliar os julgamentos de maior complexidade ou repercussão em todo o estado, especialmente quando há mutirões de júri ou conflitos de agenda entre diferentes frentes de atuação do Ministério Público.

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