O deputado Gilmar Fabris (PSD) afirma que o único candidato a governador que ele conhece é o atual, Pedro Taques (PSDB), e só não o apoiará se for obrigado, pouco interessando a vontade do presidente de seu partido, Carlos Favaro (PSD), de caminhar com Mauro Mendes (DEM). “Sempre tenho dito que cada um ficou liberado para procurar seu rumo, até chegar o dia da convenção”, quando alguém terá que ceder, pois todos os cinco deputados do PSD querem mesmo é apoiar a situação.
Isso só não será feito se eles forem obrigados por decisão nascida na votação interna da convenção, quando alguém ou alguma das propostas irá, enfim, se sobrepor à outra. Quem vencer, “automática e partidariamente”, terá obrigação de seguir o entendimento dos “companheiros”.
Além de dizer com todas as letras que somente o atual governador falou que precisa do apoio dele, enquanto nenhum outro pré-candidato sequer se revelou como tal, Fabris também declarou apoio explícito à candidatura de Jayme Campos (DEM) ao Senado e que se Júlio Campos (DEM) pedir, ele desiste até mesmo de buscar novo mandato na Assembleia.
“Meu compromisso com Jayme é de sempre e foi firmado há 30 anos”, disse, em entrevista ao jornalista Paulo Coelho, da Rádio Capital FM 101.9.
Além do próprio Fabris, são contrários à vontade de Favaro de abandonar o governo Pedro Satélite, Wagner Ramos, Ondanir Bortolini (o Nininho) e José Domingos Fraga. E eles serão cruciais nas decisões do PSD, aposta Fabris, que não entende, diz, essa disputa como racha interno.
“No diretório ele (Favaro) apresentou diversos nomes, só que os deputados também têm diversos prefeitos dentro do diretório. Temos companheiros. Acho que o diretório num todo é harmônico, ele vai com o partido, não é que fulano ou sicrano tem mais votos. Essa questão é resolvida no dia da convenção, porque é lá que se vê, inclusive o voto é secreto, que às vezes a gente acha que é da gente e não é, né?”, ironizou.
Eles estão com Pedro taques e não abrem é exagero. “A convenção vai ser no dia 5 de agosto, é o último dia [para definições], mas a maioria vai deixar pra esse último dia. Aí você tem que apresentar cnpj, apresentar documentos para registro de candidatura, abrir conta no banco, fazer papelete de candidato, com tudo isso, sobra o que? 30 dias para campanha? Nunca vi uma situação como essas”.
Fabris também lembrou o fato de que algo parece diferente nos dias de hoje, quando compara o quadro atual com o cenário de eleições anteriores. Quando Jayme Campos era governador, por exemplo, contava com 17 dos 24 deputados, em sua bancada de governo. Dante de Oliveira, quando ganhou a eleição, tinha 14. Ou seja, sempre houve maioria governista.
“Sempre foi o governador que puxava a bancada, o governador forte arrasta deputados. Hoje em dia, por onde tenho andado, andando Mato Grosso inteiro, ninguém me pergunta nem quem é o candidato a governo. É uma eleição diferente, ninguém sabe o que aconteceu”.
Fabris encerra afirmando que tudo foi feito para que Carlos Favaro se mantivesse consoante às pretensões do PSD, com arranjos previstos dele ao Senado, e o empresário Roberto Dorner para substituí-lo na vice-governadoria de Pedro Taques, porém a preferência do agropecuarista sempre foi por Mauro Mendes.
“Iniciante”
“Ele [Favaro] tem crescido. É um candidato iniciante na vida pública, mas está num momento de convencimento. Falta menos de 90 dias, mas tá ainda na troca de ideias, no convencimento, quem estiver melhor lá [na convenção] vai convencer o outro.
Fabris encerrou reafirmando seu apego aos Campos ao reafirmar lealdade a Jayme e veneração a Júlio, chamado por ele de “pai de todos nós políticos” e chegando ao exagero de dizer que se Julinho pedir, ele desiste de ser candidato à reeleição.
“Se ele for realmente candidato a estadual eu não seria, não porque teria medo de perder ou ganhar dele. Primeiro se ganhar dele, não ficaria muito satisfeito; se perder, também ia ficar insatisfeito, se nós dois perdêssemos, ia achar que desaprendemos de fazer política e ficaria muito mais insatisfeito ainda. Disse isso a ele e ele disse que não seria candidato, mas se ele pedir e disser que quer, eu desisto”, encerrou.