Com a elevação das exportações totais de carne bovina in natura e processada nos últimos quatro meses, o Brasil já alcançou o mesmo nível de movimentação obtida no ano passado entre os meses de janeiro e agosto e, na arrecadação de divisas, o resultado levou a um crescimento de 5% no período. O resultado de agosto foi expressivo e um dos melhores dos últimos anos, com as vendas em toneladas crescendo 34% e a receita em 35% – de 108.628 toneladas em agosto de 2016 para 145.869 toneladas em agosto de 2017 e de US$ 449 milhões para US$ 606,7 milhões.
Estas informações consolidadas são da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO) obtidas através da compilação de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), através da SECEX/DECEX. Para a entidade, que reúne frigoríficos responsáveis pela produção de 50% da carne bovina brasileira, o mercado externo está atravessando um momento muito favorável ao produto brasileiro no momento e que está sendo aproveitado por quase todos os países exportadores que estão elevando suas vendas, principalmente para o mercado chinês.
A ABRAFRIGO acredita que, se esta tendência se mantiver até o final do ano, o Brasil poderá superar um pouco a meta de crescer 10% em relação a 2016, que já foi num ano de queda nas vendas, atingindo a comercialização de mais de 1,5 milhão de toneladas. No acumulado de 2017, as vendas de carne bovina in natura e processada alcançaram a 930.466 praticamente empatando com o total obtido em 2016 no mesmo período de janeiro a agosto. Já as receitas estão 5% acima: US$ 3,77 bilhões atualmente contra US$ 3,58 bilhões em 2016.
A China, a através das importações continentais e as realizadas através da cidade estado de Hong Kong, continua a ser o principal cliente para o produto brasileiro: no acumulado de janeiro a agosto já importou 297.077 toneladas da carne bovina brasileira, propiciando uma receita de US$ 1,365 bilhão e sendo responsável por 37% de total exportado pelo país. Na segunda a posição está a Rússia que vem paulatinamente ampliando suas aquisições com 103.445 toneladas e receita de US$ 333 milhões. Em terceiro está o Egito, com 83.424 toneladas, também recuperando suas compras, e na quarta posição o Irã, com 75.242 toneladas. Cabe lembrar que, ainda como resultado da Operação Carne Fraca e dos problemas que o setor vem enfrentando desde o início do ano, as vendas para a maior parte dos países que formam a Europa Ocidental estão bem abaixo do esperado. No total, 66 países ampliaram suas aquisições do produto brasileiro enquanto que outros 82 reduziram suas compras no período