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Exploração ilegal de madeira e minério seria motivo de chacina em Colniza

Fotos: Andrea Lobo

A Polícia Judiciária Civil prendeu dois executores da chacina realizada na Gleba Taquaruçu do Norte em Colniza (1.065 km de Cuiabá-MT), no último dia 20 de abril. O secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Elizandro Jarbas, disse em coletiva na tarde desta terça-feira (02) que as linhas de investigação apontam como principal motivo das mortes, a extração ilegal de madeira e minério na região. A questão fundiária foi descartada pelo secretário como a causa das mortes, como se acreditava inicialmente.

Os dois executores identificados e detidos até o momento são P.R.N., 52, conhecido como “Doca” preso no distrito de Guatá, também em Colniza, e P.N.N., 35, que é sobrinho de Doca, foi preso no distrito de Tabajara, em Machadinho D´Oeste (RO).

O terceiro executor identificado  está foragido é R.D., o ‘Sula’, 33. A polícia suspeita que ele foi o responsável pela decapitação de algumas das vítimas. Conhecido como o chefe do grupo identificado como “Encapuzados” o ex-policial militar de Rondônia M.F.S., conhecido como Moisés do COE (Comando de Operações Especiais) está foragido de uma ação penal que responde por roubo. A Polícia Civil suspeita de que ele tenha participação nos assassinatos em Colniza, mas ainda falta a confirmação.

Cinquenta profissionais da segurança participaram de uma força tarefa na região para identificar e apurar a autoria e materialidade do crime, segundo Jarbas. As investigações continuam na região a fim de prender os outros dois executores e também o possível mandante identificado até o momento. 

O delegado Marcelo Miranda, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), informou que podem haver mais mandantes, e  que a força de segurança está na busca para identificar o quarto executor.

Um possível mandante, que teve o pedido de prisão temporária expedida, está negociando a sua entrega, junto aos advogados.

“Os advogados do possível mandante que é sócio de uma madeireira na região, já entraram em contato com a polícia e disseram que o seu cliente se apresentaria, assim que tomasse conhecimento dos autos e sobre o que está sendo investigado”, disse o delegado Marcelo. 

A dupla foi interrogada na noite de segunda-feira (01) na Secretaria de Segurança Pública, e em princípio não confirmaram serem autores dos crimes e, segundo o delegado, estão “empurrando” a culpa para outras pessoas.

“Eles foram identificados como autores do crime, tanto por reconhecimento ocular por parte de testemunhas, como encontramos ligações dos executores com possível mandante, caracterizando uma prova robusta”, afirmou Marcelo Miranda.

O delegado informou que a situação na região no momento é de tranquilidade e as famílias já estão voltando para a área do assentamento. O comandante regional da Polícia Militar em Juína, tenente-coronel Eduardo Henrique de Souza, disse que as famílias na Gleba, além da extração da madeira, tinha como fonte de subsistência a plantação e venda de milho e mandioca.

O secretário Rogers Jarbas disse que atualmente no estado em várias regiões do estado acontecem conflitos agrários e o Governo do Estado já está realizando com os órgãos estatais, como Comitê Estadual de Conflito Agrário, Intermat,  Incra, Ministério Público Federal, Ibama e Secretaria do Estado de Meio Ambiente a reunião, organização e regulação dessas áreas.

Para finalizar o secretário disse que atualmente 100 mil famílias no estado buscam o reconhecimento fundiário em diversas áreas em várias regiões e que além da força-tarefa a questão fundiária será tratada e solucionada da melhor maneira possível. 

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Jefferson Oliveira

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