Cidades

Expectativas para crescimento do comércio em Cuiabá é de apenas 3%

Foto Ahmad Jarrah

Neste ano, a União dos Lojistas de Shoppings Centers (Unishop) prevê para o Dia das Mães um crescimento de apenas 3% em relação a 2015. Contudo, esse número não representa o crescimento real. Isto porque a inflação do ano passado girou em torno dos 10%. Traduzindo: o mercado fechará com um déficit de 7%.

Simplificando, as vendas aumentaram, mas o lucro não. Em um exemplo simplório, seria como se todo o comércio tivesse vendido R$ 100 mil em mercadorias no ano passado, e esse ano a estimativa estivesse em R$103 mil. Com a inflação em 10%, para ter um lucro real, seria necessário que o comércio vendesse, ao menos, R$111 mil. 

Mesmo com esse déficit, o que vemos nas ruas é um mercado ativo. Para o presidente da Unishop , Junior Macagnam, a baixa expectativa dos lojistas se deve à crise política do País. “Estamos em um ano muito difícil, a situação política do País não tem ajudado. O Consumidor é sensível a essa situação e se resguarda em relação a gastos”.

De acordo com Macagnam, para driblar a crise, o comerciário está investindo em treinamento e fidelização do consumidor. “A gente nunca teve tanto treinamento como nós temos hoje. O comerciante está investindo na qualificação da sua equipe, fidelização da equipe e dos consumidores. E, ainda, investindo no abastecimento da loja de uma forma assertiva, mais pragmática. Comprando para revender os produtos que são campeões de venda”, afirma.

Segundo o representante dos lojistas de shopping, além do treinamento, os lojistas estão procurando formas de fidelizar os clientes. A fidelização é feita de maneira diversa. A cada 10 compras, uma porcentagem de descontos. No mês do aniversário ganha 10% de desconto. “Cada um, dentro do seu segmento, tentando fazer o que mais agrada a seu consumidor”, destaca.

Vislumbrando esse cenário, um shopping da capital trouxe aos seus colaboradores uma palestra com o sócio-diretor da Agencia GS&BW, um dos diretores da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), Luiz Alberto Marinho, para discutir sobre os desafios diários de manter a clientela ativa e as vendas estáveis durante um ano em que a economia não deve apresentar sinais de melhora.

“Especialmente em tempos de crise, os varejistas devem pensar com a cabeça do consumidor. E o consumidor brasileiro tem pesquisado muito. Ele está muito bem informado, então, é necessário que os lojistas também estejam para poder argumentar com esse consumidor, que quer levar vantagem sempre, porque sabe que o dinheiro dele é muito disputado. Muito valioso. Então, devemos sempre oferecer um algo a mais. Ele está menos tolerante ao erro, e muito focado na experiência. Devemos dar mais que bom produto, atendimento e preço. Devemos dar sorriso, gentileza, coisas positivas para ele poder gostar e querer voltar à loja”, diz Luiz Marinho.

POLÍTICA

Sobre a melhora do cenário, Junior, que também é ativista do movimento “Vem para Rua” – grupo pró-impeachment, acredita que o mercado vislumbra melhoras apenas após a votação do impeachment no Senado. “Nós acreditamos que até dia 15 de maio já esteja resolvido. Pelo menos na parte do afastamento da presidente Dilma Rousseff, assumindo o Michel Temer por 180 dias. E como temos acompanhado nos noticiários, achamos que ele vai entrar com força total”.

Caso aprovado, e com novo cenário político, a economia deve responder positivamente, acredita o presidente da Unishop. “Comércio é movido por expectativas. E a expectativa de melhoras na política faz com que a gente melhore também. O brasileiro gosta de consumir. Um povo que gosta de presentear, comprar coisas para si. Tem o hábito do consumo”, aponta.  

PIB DESAFIADOR

As vendas dos shoppings brasileiros representaram 19% em relação ao varejo nacional em 2015. Por sinal, a atividade comercial registrou o pior desempenho anual dos últimos 68 anos, com a queda de 8,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do segmento econômico em 2015.  

CUIDADOS AO COMPRAR

O Código de Defesa do Consumidor determina que todo produto deve apresentar informações corretas, claras e em língua portuguesa sobre suas características, qualidade, quantidade, composição, preço, garantia, prazo de validade, origem, além dos riscos que possam apresentar à saúde e segurança dos consumidores.

E é bom evitar as compras por impulso e fazer pesquisas antes de comprar. A matriarca da família merece o melhor, mas acertar no presente não é apenas agradar à mãe, mas também evitar situações que possam lhe causar problemas futuros como, por exemplo, gastar mais do que seu orçamento comporta.

Ao comprar produtos como aparelho celular, eletrodomésticos e eletroeletrônicos o Procon Mato Grosso alerta para a necessidade de se verificar não apenas o preço, mas se existe na cidade assistência técnica do produto, para a eventualidade de o aparelho apresentar algum problema no seu funcionamento.

Ainda em relação aos produtos, importante exigir por escrito o prazo para entrega e até mesmo de montagem, quando necessário.

E se preferir presentear as mães com flores, o consumidor deve se atentar aos preços, já que podem ocorrer grandes variações de um estabelecimento para outro. No caso do presente ser em forma de “cestas” é preciso checar se todos os itens estão dentro do prazo de validade e ainda observar se produtos alimentícios não estão em contato direto com produtos químicos e flores.

Na dúvida sobre o que comprar, algumas pessoas optam pelo “vale presente”. Nesse caso é importante definir com o lojista e anotar, na nota fiscal, de que forma será restituída eventual diferença de valores entre o vale presente e a efetiva aquisição do produto.

No caso de vestuário, o consumidor deve estar ciente de que a troca de produtos por motivo de cor, tamanho ou preferência é uma liberalidade do estabelecimento. Ou seja, a loja só é obrigada a efetuar a substituição em caso de defeitos na mercadoria.

Apesar da facilidade, as compras online também merecem o cuidado do consumidor. Se o site oferece uma mercadoria, ele tem obrigação de entregá-la no prazo prometido. O fornecedor deve, ainda, disponibilizar a emissão da nota fiscal e outras formas de pagamento e não apenas o cartão de crédito.

Consumada a compra, o artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor, garante o arrependimento da compra em sete dias e a devolução do valor pago corrigido monetariamente.

Confira detalhes da reportagem na edição 581

 

Cintia Borges

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