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O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente de Mato Grosso (Sisma/MT), Oscarlino Alves, afirmou que, mesmo com a decisão do presidente Michel Temer (PMDB) em retirar servidores públicos estaduais e municipais da reforma da Previdência, a expectativa quanto a este tema em Mato Grosso não é das mais positivas.
“Nossa expectativa é a pior possível. Inclusive, estamos conclamando a classe trabalhadora para reagir em cadeia”, afirmou ao Circuito Mato Grosso.
Para Oscarlino, é “prematuro" traçar qualquer parecer sobre o anúncio de Temer (PMDB), pois o Estado ainda deve avaliar a necessidade ou não de realizar a reforma no Estado, mesmo não tendo que seguir uma determinação da União. Ele disse que viu a ação do presidente como uma tentativa de dividir a classe trabalhadora – que tem liderado os movimentos contra as reformas – dos servidores públicos.
“Estamos na expectativa em ver como isso vai funcionar na prática. É muito prematuro, são dois dias de divulgação. O que a gente vê é que eles [Governo Federal] mudaram a estratégia justamente para dividir o movimento”, esclareceu Oscarlino Alves.
Perda de direitos
Para o presidente do Sisma, as possíveis mudanças na Previdência sinalizadas pelo Governo do Estado já indicam uma perda de direito dos trabalhadores, como a elevação da alíquota de contribuição – de 11% para 14%. De acordo com o sindicalista, os servidores do Estados serão os únicos atingidos pelo projetos de contenção de gastos, por meio, por exemplo, do congelamento dos salários.
“A ALMT aprovou a lei que dá autonomia fiscal e financeira para a Defensória Pública, [os servidores do órgão] saem da folha de pagamento do Executivo, assim como o TJMT, a ALMT, Ministério Público, TCE. Esses cinco têm garantia de repasse e todos eles têm sobra de caixa”, reclama Oscarlino.
Ainda segundo Oscarlino, mesmo com a exclusão dos servidores da reforma, este não é o momento para olhar para o “próprio umbigo”.
“Não podemos nos separar na luta. O momento é de observar e manter as agendas de mobilizações e luta contra as propostas desses políticos corporativistas”, disse.
“Nosso chefe não nos defende”
Nesta quarta-feira (22), o Procurador-Geral de Justiça, Mauro Curvo, se reuniu como presidente da ALMT, deputado Eduardo Botelho (PSB), para sensibilizar a Assembleia em aprovar o projeto de lei que autoriza o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) para 2017, para os servidores daquele órgão.
Oscarlino reclamOU que apenas os chefes dos outros poderes defendem os seus servidores públicos, adotando mecanismos para garantir o dinheiro dos reajuste na folha salarial.
“O nosso chefe, que é o governador [Pedro Taques], faz o contrário. Ele quer penalizar, nos prejudica e não nos defende”, pontuou.
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