O câncer ósseo, embora raro, afeta principalmente crianças e adolescentes, especialmente durante o período de crescimento, quando há maior atividade celular nos ossos. Entre os tipos mais comuns estão o osteossarcoma, que atinge diretamente os ossos, e o condrossarcoma, que se desenvolve nas cartilagens. Segundo a Sociedade Brasileira de Cancerologia, esse tipo de câncer representa cerca de 2% dos casos da doença no país, com média de 2.700 novos registros por ano.
O médico ortopedista e cirurgião de coluna, Dr. Fábio Mendonça, alerta que o desconhecimento e o atraso no diagnóstico podem agravar o quadro. “Apesar de não ser tão comum, o tumor ósseo merece atenção especial porque costuma surgir em fases iniciais da vida. O principal sintoma é a dor contínua, geralmente noturna, o que deve acender um sinal de alerta nos pais”, explica. Outros sinais incluem inchaço, vermelhidão e aumento de volume em determinadas regiões do corpo.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimam cerca de 12.500 novos casos de câncer infantojuvenil por ano no Brasil. A taxa média de sobrevida gira em torno de 64%, mas varia conforme a região — chegando a 75% no Sul e a 50% no Norte. De acordo com Dr. Fábio, exames simples como o raio X já podem indicar alterações suspeitas e auxiliar na investigação precoce. “Quando a avaliação clínica levanta suspeita, costumamos iniciar com a radiografia e, se necessário, avançamos para exames mais específicos e biópsia”, explica.
O especialista reforça ainda que o papel da família é decisivo no processo de diagnóstico. “Ouvir as queixas das crianças, observar mudanças no corpo e não minimizar dores persistentes pode fazer toda a diferença. Estamos falando de uma doença que tem cura, desde que detectada a tempo”, finaliza Dr. Fábio Mendonça.