Na última semana, técnicos percorreram as áreas para avaliar as condições das plantações.
Desde dezembro do ano passado as áreas onde há o cultivo de grãos foram abandonadas em função de uma decisão judicial que obrigou moradores não índios a deixarem a localidade, reconhecida como de propriedade xavante. Estimativa do Mapa é que existam pelo menos mil hectares de plantação de soja na chamada gleba Suiá Missú (nome da antiga fazenda onde a terra foi demarcada na década de 90).
A preocupação recai sobre o risco de proliferação das pragas – a exemplo da ferrugem – para as áreas próximas da reserva. Seriam de 70 mil e 80 mil hectares vulneráveis caso houvesse uma propagação de doenças. Mapa e Aprosoja entregaram ainda na última semana à Fundação Nacional do Índio (Funai) um termo de fiscalização no qual apontam todas as constatações da última semana.
A peça pode subsidiar o pedido das entidades do setor produtivo para que seja autorizada a colheita de soja naquelas áreas consideradas já prontas. "Como há algumas áreas prontas para a colheita a Funai sabiamente autorizou", expressou Wanderlei Dias Guerra, coordenador da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal do Mapa.
Ao G1 a Funai informou terem sido encontradas apenas duas áreas com soja na Terra Indígena Marãiwatsédé. Em uma delas, disse mediante nota, a colheita fora autorizada de 26 a 30 de janeiro. "A safra da outra área ainda não está em fase de colheita", citou a fundação.
Ainda neste mês uma equipe da Funai, formada por servidores de diversas áreas de atuação, irá a campo para promover o diagnóstico das condições da Terra Indígena, que deverá subsidiar o plano de gestão territorial.
A ferrugem asiática
Em Mato Grosso o número de focos de ferrugem asiática listados pelo Consórcio Antiferrugem chegou a 62 até a tarde desta segunda-feira (4). O último deles foi registrado em Campo Verde, município a 130 quilômetros de Cuiabá, e listado pelo Ministério da Agricultura no estado.
A região Nordeste de Mato Grosso – onde situa-se a área que será percorrida pela comissão do Mapa – detém 15,3% da área agricultável com soja no estado, além de outros 15% de produção.
FONTE: PrimeiraHora | G1 MT