Um exame de ultrassom realizado na tarde de segunda-feira (30) na ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia Lula da Silva detectou a presença de trombose venosa profunda nos membros inferiores, segundo boletim médico divulgado no início da tarde desta terça-feira (31) pelo Hospital Sírio-Libanês. Dona Marisa foi internada há uma semana após sofrer um acidente vascular cerebral hemorrágico provocado pelo rompimento de um aneurisma.
Os médicos realizaram a passagem de um filtro de veia cava inferior com o objetivo de prevenir a ocorrência de embolia. O quadro clínico permanece estável, segundo o hospital.
A trombose venosa é causada pela formação de coágulos no interior das veias profundas, principalmente na região da panturrilha ou nas coxas. O desprendimento do coágulo pode provocar a obstrução de uma artéria e provocar embolia pulmonar.
O boletim médico explica que Dona Marisa permanece estável do ponto de vista cardiovascular, com níveis normais de pressão arterial sem necessidade de utilização de medicamentos para controle pressórico, apresentando ecocardiograma seriadamente normal. Não há anormalidades na coagulação, função renal ou hepática da paciente.
Ainda segundo o hospital, Dona Marisa "apresenta melhora progressiva" nos exames neurológicos realizados: tomografia do crânio, ultrassonografia doppler transcraniano e de pressão intercraniana.
Veja o boletim médico:
"A paciente Marisa Letícia Lula da Silva, 66 anos, internou-se no Hospital Sírio-Libanês no dia 24 de janeiro de 2017, com o diagnóstico de Hemorragia Subaracnóide Fisher IV. Imediatamente após a admissão hospitalar, a paciente foi submetida à embolização de aneurisma cerebral. Não houve intercorrências no procedimento.
Após o procedimento, a paciente foi submetida à passagem de um cateter para monitorização intra-ventricular da pressão intracraniana.
Desde a admissão hospitalar até a presente data, a paciente permanece com controle neurointensivo, apresentando melhora progressiva dos parâmetros evolutivos neurológicos – tomografia de crânio, ultrassonografia doppler transcraniano e pressão intracraniana.
A paciente permanece estável do ponto de vista cardiovascular, com níveis normais de pressão arterial sem necessidade de utilização de medicamentos para controle pressórico, apresentando ecocardiograma seriadamente normal.
Não há anormalidades na coagulação, função renal ou hepática da paciente. Na tarde de ontem, em exame de rotina, foi detectada ao ultrassom a presença de trombose venosa profunda dos membros inferiores. Foi então realizada a passagem de um filtro de veia cava inferior com o objetivo de prevenir a ocorrência de embolia.
O quadro clínico permanece estável.
As equipes que a acompanham são:
Coordenação – Professor Dr. Roberto Kalil Filho
Neurologia Clínica – Professor Dr. Milberto Scaff
Neurocirurgia – Dr. Marcos Stávale
Neurorradiologia – Dr. José Guilherme Pereira Caldas
Dr. Antonio Antonietto Dr. Miguel Srougi
Diretor de Governança Clínica Diretor Clínico"
Tomografia
Na sexta-feira (27), Dona Marisa passou por mais uma tomografia para verificar se houve melhora na infecção que se formou em seu cérebro. Os médicos que acompanham a ex-primeira-dama pediram o novo exame para avaliar se o grau de infecção provocado pela hemorragia cerebral melhorou ou piorou.
O médico Roberto Kalil Filho, chefe da junta que atende Dona Marisa, explicou que a atividade cerebral só chega ao seu pico depois de no mínimo três dias de um trauma como o AVC. Na sexta, quando se completava o terceiro dia de internação, o médico se dizia esperançoso de que fosse possível fazer uma melhor avaliação das regiões do cérebro afetadas pela hemorragia.
Segundo o médico, Dona Marisa já tinha um aneurisma, uma veia cerebral com malformação, diagnosticada há cerca de dez anos. Não havia, na época, indicação cirúrgica, mas apenas de acompanhamento clínico. Segundo ele, foi esse aneurisma que se rompeu. Kalil disse ainda que uma crise hipertensiva "provalmente pode ter rompido o aneurisma".
O aneurisma cerebral é a dilatação anormal de uma parte da artéria ou uma veia que irriga o cérebro. Essa dilatação faz com que parte do vaso fique mais fina, mais sensível, como se fosse uma bolha, que pode se romper a qualquer momento e provocar uma hemorragia.
Fonte: G1