Jurídico

Exame de DNA confirma troca de bebês em Hospital de Alta Floresta

O exame de DNA do caso dos bebês trocados no Hospital Regional de Alta Floresta finalmente saiu e comprovou que as crianças foram, de fato, trocadas na maternidade. Em audiência realizada nesta terça-feira (17), as famílias foram autorizadasa destrocarem os bebês, que já completaram 11 meses. A mãe de um deles, Erivânia Santos, pediu que a situação acontecesse gradativamente, para que as crianças não sofram, mas tanto ela quanto Francielli Garcia (outra mãe) já estão com seus filhos biológicos em casa.

O caso ganhou notoriedade em todo o país e chegou repercutir no programa Fantástico, da Rede Globo. O drama das mães começou desde o sair da maternidade, em maio de 2017. Como protocolo, os recém-nascidos ganham uma pulseira com os nomes das mães. No caso de Francielli Garcia e Erivânia, os nomes já estavam trocados.

Segundo Francielli, ela notou o nome de Erivânia no braço do bebê quando foi dar o primeiro banho em casa. Desesperada com a situação, ela chegou a ligar para o hospital, que afirmou, de forma categórica, que a troca não havia acontecido. Com isso, a mãe seguiu na criação da criança. Erivânia também percebeu o nome de Francielli na pulseira do bebê. No entanto, acreditou que se tratava de identificação da enfermeira responsável por ele.

Meses depois, as duas mães, que se conheciam da maternidade, se encontraram em uma unidade de saúde, quando foram levar os bebês para vacinar. Logo no início da conversa, Francielli já sabia que seu filho havia sido trocado no hospital, quando viu a criança que Erivânia carregava. À reportagem ela contou que o bebê era “cópia” do marido. Diante da situação, ela se afastou da outra mãe e começou a chorar.

Ao retornarem a conversa, Francielli foi abordar o assunto com Erivânia, contando que seu bebê estava com uma pulseirinha com o nome da outra mãe. Por sua vez, Erivânia revelou que sua criança também tinha outro nome escrito na pulseira: Francielli. Ela, então, contou sua desconfiança.

Por conta própria, cada uma das mães fez um exame de DNA, que apontou que os bebês que estavam sob seus cuidados não eram seus filhos biológicos. Diante do resultado, Francielli procurou a Defensoria Pública de Alta Floresta e o caso foi parar na Justiça, que determinou a realização de um segundo exame.

Destroca

O resultado do exame ficou pronto nesta semana e foi entregue à Justiça. Com ele, ficou comprovado que houve, de fato, a troca dos bebês na maternidade.

Na audiência desta terça-feira, os pais ficaram autorizados a desfazerem a situação. Desde o primeiro exame, as famílias já estavam convivendo com ambos os bebês.

Erivânia, que foi pega de surpresa desde o primeiro momento, se emocionou muito com a situação, e pediu que a troca fosse feita de forma gradativa, para evitar que os bebês sofram. Já Francielli, por sua vez, que estava desconfiada desde o primeiro dia, se mostrou mais preparada para a situação, mas se compadeceu com a dor de Erivânia. Segundo ela, o amor pelo bebê que criou até agora, hoje com 11 meses, não irá diminuir. “Vou amar os dois igualmente”, ela comentou.

No Facebook, onde comentou sobre a troca de bebês, ela afirmou que já fez a destroca e se disse estar com o coração partido.

Após o caso, as famílias deverão passar com acompanhamento psicológico.

O hospital ainda afirma que “não identificou erro nos procedimentos”. Os envolvidos estudam entrar na Justiça com pedido de indenização.

Redação

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